Os principais cargos da Justiça Eleitoral no Ceará passam a ser ocupados por dois caririenses: os desembargadores Inácio de Alencar Cortez Neto, natural de Crato, e Raimundo Nonato Silva Santos, de Juazeiro do Norte. No início deste mês, eles foram empossados como presidente e vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), respectivamente, para o biênio 2021- 2023. O órgão é responsável pela organização dos processos eleitorais no Ceará e deliberam sobre temas como cassação de prefeitos.

Em entrevista ao Jornal do Cariri, o desembargador Inácio Cortez informou que uma das prioridades da nova gestão será a descentralização do atendimento, “com o qual o eleitor poderá ser atendido em qualquer zona eleitoral do Estado”, explica, ressaltando que esta medida será efetivada quando as atividades presenciais forem retomadas. Outra iniciativa será a instalação de sedes nas zonas eleitorais que não possuam. No caso do Cariri, Inácio Cortez detalha que “a situação das zonas da região está sendo objeto de estudo, que avaliará aspectos orçamentários, estruturais e de pessoal”.

Inácio Cortez exerceu a magistratura nas zonas eleitorais de Araripe, Milagres e Fortaleza, de forma titular, e nas de Campos Sales, Brejo Santo, Barbalha e Assaré, interinamente. “Sou nascido no Crato, saí para estudar em Recife e voltei para o Crato, onde fui advogado até 1986, quando assumi a magistratura. Tenho estreitos laços com toda a região do Cariri, inclusive, minha esposa é filha do Crato, minha mãe e minhas duas filhas residem no Crato. Meu pai foi promotor de Justiça, nasceu no Crato, só saiu para estudar em Fortaleza e, depois, retornou à cidade. Então, a minha ligação é por demais forte com a região e estou pronto para fazer o possível para nossa região”, conta.

Eleito vice-presidente do TRE-CE, o desembargador Raimundo Nonato também assumiu a função de corregedor eleitoral. Com isso, ele presidirá a Comissão Apuradora nas Eleições de 2022, tornando-se responsável pelo pleito em todo o Ceará. Uma das iniciativas que ele terá como corregedor é dar celeridade aos processos relativos às eleições de 2020, principalmente sobre prestações de contas que aguardam análise. “Tem algumas zonas eleitorais onde existe um acervo grande de processos por conta da eleição de 2020”, disse ao Jornal do Cariri.

“Nasci de uma família humilde, pobre. Minha mãe teve 18 filhos, [foi] difícil criar os 18 filhos, e alguns morreram. Não tínhamos recursos, minha mãe trabalhava no mercado público e tínhamos dificuldade para vencer na vida. Mas veio a única saída que nós pobres temos: o esforço, a luta para estudar e fé em Deus, Nossa Senhora das Dores e Padre Cícero”, diz o desembargador juazeirense, que recebeu título de cidadão cratense por ser comandante do destacamento policial de Crato.