Juazeiro registra queda na média móvel de casos e óbitos
Crato contabiliza aumento de casos e queda de óbitos. Já Barbalha reduziu casos e aumentou óbitos.
Robson Roque
18/08/20 0:00

No dia primeiro de agosto, Juazeiro do Norte registrou 203 novos casos de covid-19. No dia seguinte,  o número de novas infecções caiu para 51. Olhando esses dados isoladamente, poderíamos comemorar que a transmissão do novo coronavírus teve uma queda significativa. Dois dias depois, porém, viria um susto: o boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde no dia quatro trouxe 211 novos casos. O dia dois de agosto, com 51 novos casos, foi um domingo, assim como o dia nove, que contabilizou 46 novos casos. Já o dia quatro de agosto, quando a cidade somou mais 211 casos, foi uma terça-feira, mesmo dia da semana que os dias 21 e 28 de julho, quando mais 323 e 250 casos, respectivamente tinham sido verificados. A oscilação nos registros de novos casos se repete semanalmente em movimentos semelhantes em Crato e Barbalha, apesar de esses dois municípios registrarem altas: o primeiro de novos casos e o segundo de novas mortes em decorrência da covid-19.

Pesquisadores calculam a chamada média móvel de casos para compreender como a doença avança em meio a estas oscilações. No lugar de contabilizar apenas os casos registrados em um dia, o cálculo considera os dados mais recentes com os seis dias anteriores dividindo o resultado por sete. O resultado do cálculo é a leitura que leva em conta a influência de todos os dias da semana, de modo a evitar análises precipitadas como a de que a pandemia pode ter dado uma trégua num domingo e acelerado no meio de semana. De posse destes dados, é possível perceber uma redução significativa da média móvel de casos e óbitos em Juazeiro.

Na última semana de julho, a média móvel de novos casos em Juazeiro do Norte era de 208 casos, e a de óbitos 3,71 mortes, ao serem analisados os últimos sete dias do mês. Na semana seguinte, de 1 a 8 de agosto, a média móvel caiu para 153 confirmações e 1,71 óbitos. A média continuou em queda nos sete dias entre 8 a 14 de agosto: média de 117 pessoas infectadas e 0,57 óbitos. Em Barbalha, a média móvel de novos casos caiu de 27,43 para 17,57, analisando a primeira e a segunda semanas de agosto. Por outro lado, a média móvel de novos óbitos aumentou em Barbalha, passando de 0,14 para 1,29 no período analisado. Crato registra movimento inverso: a média móvel de óbitos reduziu de 1,57 para 0,71, enquanto a média de novas confirmações saltou de 67,29 para 81.

A epidemiologista e diretora de Vigilância em Saúde em Juazeiro do Norte, Evanúsia de Lima, atribui à queda da média móvel a fatores como a assistência aos pacientes suspeitos e confirmados, bem como ao fortalecimento de medidas preventivas. Segundo ela, estes são fatores que “têm feito um diferencial na redução da média de casos”. Ela também destaca a ampliação da testagem, sobretudo mediante a descentralização dos exames nas unidades básicas de saúde. 

A médica Kellen Nobre, que atua em Juazeiro do Norte, alerta que a redução da média de casos não deve ser sinônimo de relaxamento das medidas de prevenção ao novo coronavírus entre os juazeirenses. “Neste momento, ocorre uma redução na média móvel do número de casos, que acontece após atingir o pico. Mas não se pode diminuir o cuidado e deve-se manter as mesmas medidas, como uso de máscaras, distanciamento social, para que não tenhamos um novo pico, como aconteceu com a gripe espanhola. Então, devemos respeitar as medidas, evitar aglomerações e mesmo  que o comércio esteja aberto, não devemos lotar as lojas. Devemos agir com cautela e pensar no coletivo, para que passemos por isso o mais rápido possível”, enfatiza.

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