A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte começou a debater uma legislação municipal para prevenir e fiscalizar a “adultização” e sexualização de crianças e adolescentes no município. O assunto foi discutido devido à repercussão de denúncias feitas pelo youtuber Felca, sobre a exploração de crianças e adolescentes em redes sociais.

Dois projetos de leis foram apresentados na semana passada. As iniciativas preveem a criação de programas educativos nas escolas, para orientar pais, professores e alunos, além de fiscalizar, em parceria com o Conselho Tutelar, eventos e publicidades que explorem a imagem infantil de forma sexualizada. Um dos projetos também institui um observatório municipal da infância para garantir a continuidade das ações.

“Juazeiro é uma cidade de tradição, cultura e valores familiares muito fortes, e é nossa responsabilidade garantir que esses valores se mantenham vivos. A adultização precoce traz riscos sérios: afeta a autoestima e o desenvolvimento emocional, pode gerar ansiedade, depressão e distorção da autoimagem, além de expor nossas crianças a violências e abusos”, alertou Barbosa Neto (PT), reforçando que a proteção começa em casa, mas precisa do apoio do poder público.

A vereadora Professora PG (Podemos) apresentou proposta semelhante e sugeriu a unificação dos projetos. “O problema é muito maior, não é só acessar ou não rede social pela criança. A internet é um mundo que precisa ser regulamentado. A criança e o adolescente precisam ser cuidados porque eles não têm como tomar conta dos seus próprios atos”, destacou.

Outros vereadores também manifestaram apoio à iniciativa. Cleilson Móveis (Agir) enfatizou a importância da orientação familiar diante dos riscos atuais, enquanto Lukão (PSDB) foi enfático: “A internet não é lugar para crianças”. O movimento segue tendência nacional de enfrentamento à adultização infantil, como já vem sendo discutido em outras cidades e no Congresso Nacional.