Iniciativas ampliam força política das mulheres no Cariri
Foto: reprodução do Facebook
Robson Roque
20/07/21 14:00

Os diversos movimentos e segmentos em defesa das mulheres no Cariri deram passo significativo no combate à violência, ao apresentar, para prefeito, vice-prefeito e secretariado de Crato, o Plano Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres. Na última semana, também foi lançada a Cartilha ‘Gênero e Violências’, com a finalidade de orientar sobre os diversos tipos de violência de gênero (física, sexual, práticas culturais nocivas, etc.). Com base em sete eixos, o plano concentra a atuação no enfrentamento às diversas formas de violência contra a mulher e ampliação da participação delas nos espaços de poder.

O movimento também trabalha para expandir a atuação no Cariri, por meio da implantação de planos semelhantes em outros municípios da região. “Principalmente em relação à violência, precisamos de um plano municipal de política para as mulheres que atenda as necessidades, responda aos direitos das mulheres e que enfrente e combata a violência”, conta Mara Guedes, ex-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense.

Ela detalha que a iniciativa foi fundamentada em sete eixos: enfrentamento a todas as formas de violência; saúde integral das mulheres e direitos sexuais reprodutivos; direitos humanos, diversidade e enfrentamento ao racismo, ao sexismo e à lesbofobia; igualdade e cidadania para mulheres idosas e privadas de liberdade; autonomia e desenvolvimento sustentável com igualdade para as mulheres do campo e da cidade; fortalecimento e participação das mulheres nos espaços de poder; e a segurança pública para enfrentamento à violência contra as mulheres.

“Todas as ações do plano estão organizadas nestes sete eixos, de forma que há um envolvimento com todo o secretariado e as suas respectivas secretarias”, diz Mara. De acordo com a conselheira, o plano estabelece ações em parcerias com as diversas secretarias, como Saúde, Educação, Segurança Pública, Agricultura, Cultura, etc. “São as secretarias que mais se encaixam na questão das políticas para as mulheres. Então, é um plano para, realmente, atender aos direitos e às necessidades das nossas mulheres”.

Ela sugere, ainda, que a iniciativa estabelecida em Crato seja compartilhada e praticada em outros municípios. “Adotem e elaborem esse plano, entreguem ao gestor público, acompanhem e cobrem a implementação”, recomenda. Psicóloga e integrante da Frente de Mulheres do Cariri, Rayane Nobre detalha que a cartilha ‘Gênero e Violências’ começou a ser construída a partir dos eventos em torno do #ExposedCariri: relatos de abuso sexual sofridos por mulheres, especialmente jovens, em estabelecimentos de ensino públicos e privados do Cariri. Uma lista com diversos nomes de suspeitos circulou nas redes sociais, chamando a atenção do Ministério Público e da Polícia Civil, que passaram a investigar as denúncias.

“Somado a vários episódios de violência que a região do Cariri acaba vivenciando, sobretudo contra as mulheres, decidimos criar uma cartilha orientativa sobre essas violências das mais variadas formas. Muita gente acha que violência só se trata da física, porque ela acaba sendo a mais concreta. É a violência que dá pra ver, mas existem vários outros tipos, que muitas vezes é muito difícil da própria vítima identificar, pelo fato de ser tão naturalizada em nossa cultura, machista e patriarcal. A nossa intenção é trabalhar pela via da educação, já que entendemos que só a punição não resolve o problema”, considera Rayane.

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