Professores, pesquisadores e entidades sinalizam a necessidade de que o novo Ensino Médio seja revogado. O Ministério da Educação (MEC) abriu uma consulta pública, na semana passada, para avaliar a reestruturação da política nacional do setor. A nova estrutura foi aprovada em 2017 e vigora desde o ano passado. Nele, os alunos passaram a cumprir os chamados itinerários formativos, com conteúdos em conformidade com o Enem.

A quantidade de aulas dedicadas a disciplinas como português e matemática e a sobrecarga sobre os professores, para dar aulas sobre temas para os quais não estão preparados, são algumas das queixas. A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, ressalta que, além de revogar o novo Ensino Médio, o MEC deve receber estudantes, professores e profissionais da educação, “para poder formular e concretizar um modelo de ensino que faça sentido pra nossa geração”.

Professor da EEMTI Almiro da Cruz, em Barbalha, Hyago Átilla reconhece a necessidade de uma reforma no currículo desta etapa do aprendizado, mas afirma que “o novo ensino médio veio errando, de sua construção até sua implementação”, sobretudo, devido à falta de diálogo.

Entre os “poucos impactos positivos”, o professor cita a necessidade de desenvolvimento de algumas das competências propostas como a socioemocional, a inclusão de disciplinas antes relegadas, a exemplo de História da África e História dos Povos Originários.