O prefeito eleito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), falou ao Jornal do Cariri sobre os desafios da sua gestão, transição, empréstimo, propostas para o comércio e a relação com os governos federal e estadual. Passada a disputa eleitoral, Glêdson disse ter ligado para o governador Camilo Santana para reafirmar a necessidade que o Município tem de contar com o apoio do Estado.

A relação com o governo estadual e União será de muita parceria, garante Glêdson. Para ele, o Município depende muito das verbas dos dois governos, portanto, não se dará ao “luxo” de levantar questões partidárias e ideológicas em detrimento do que interessa ao Município. O prefeito eleito também informou sobre reunião realizada com o prefeito Arnon Bezerra e o deputado federal Pedro Bezerra, ambos do PTB, para discutir pontos que envolvem a administração de Juazeiro do Norte. Entre eles, o empréstimo de U$ 80 milhões de dólares, feito junto ao Banco de Desenvolvimento Econômico da América Latina (CAF), para investimentos na infraestrutura da cidade.

Para o gestor eleito, é preciso compreender todos os detalhes do empréstimo e obter os devidos esclarecimentos sobre taxa de juros, amortização, disparada do dólar e avaliação da política cambial dos últimos anos, para que se tenha o mínimo de segurança para utilizar os recursos. “Posso usar de R$ 1 real até os U$ 80 milhões todos, desde que a gente dialogue com a sociedade e explique para a população o que é este empréstimo”. O projeto foi criticado por Glêdson, enquanto vereador, mas ele garante que a discordância se deu ao fato de como o projeto foi aprovado, sem explicação por parte da Secretaria de Finanças do Município.

Com a transição administrativa em curso, Glêdson indicou sete nomes para compor a comissão e espera apenas a publicação no Diário Oficial do Município. “O trabalho inicial, no sentido de solicitar informações e documentos de convênios, restos a pagar, folha de pagamento, já se iniciou [...] e a tendência é ele se intensificar depois da sessão e publicação”. Como um dos principais desafios, Glêdson chama a atenção para informações de que há mais de R$ 100 milhões de restos a pagar. Para ele, a transição vai orientar sobre as contas e análises, por exemplo, do saldo bancário e conhecer de fato o tamanho da dívida. O prefeito eleito cita a crise da coleta de lixo, com atrasos de repasses a empresa responsável.

Outra preocupação é com a saúde financeira do Município, segundo Glêdson. “A Aceni reclama um crédito na casa dos R$ 8 milhões. As cirurgias eletivas não estão sendo realizadas no Hospital São Lucas por que os médicos anestesistas reclamam pagamentos que não saem desde setembro. Enfim, a situação é preocupante”.

Glêdson Bezerra usará o mesmo organograma da atual gestão, pois acredita que o número de secretarias está enxuto em relação a outras gestões. A novo secretariado também já está praticamente definido, no entanto, o gestor enfatiza que a prioridade do momento é a transição. Parte dos futuros secretários integra a equipe de transição, mas os nomes só serão informados para a população

Comércio e turismo

Sobre as ações para o comércio, a ideia é aquecer o setor. Capacitação com parcerias com o terceiro setor e faculdades deve ser uma das ações promovidas. “Por outro lado, a gente quer investir na geração do primeiro emprego [...], investir no trânsito, no sentido de orientar e educar para desafogar”, propôs, destacando a necessidade de desenvolver políticas de atração de pessoas. A nova administração adianta que vai estender a padronização usada na Praça Padre Cícero e seu entorno, dentro do projeto de revitalização do centro da cidade, para todo o Roteiro da Fé, e assim oferecer mais conforto aos turistas. “Vamos trocar o asfalto pelo piso intertravado”. Destacou, ainda, que é preciso alargar vias, rever o tamanho das calçadas, ampliar a rede wi-fi e o sistema de monitoramento.