Funceme aponta bons resultados na quadra chuvosa do Cariri
Precipitações ainda podem acontecer na pós-estação chuvosa
Foto: Raimundo Geonis/ Cogerh
Joaquim Júnior
08/06/21 11:00

Entre os meses de fevereiro e maio, período de quadra chuvosa no Ceará, o volume de chuvas acumulado no Cariri foi de 622,8 mm. O registro apresentado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) gira em torno da média climatológica da região, que é de 616,6 mm. Na Bacia do Salgado, as chuvas foram consideradas propícias e contribuíram para boas recargas nos reservatórios, com saldo positivo principalmente para aqueles voltados ao abastecimento humano, entre eles o Açude do Rosário, em Lavras da Mangabeira, e Açude São Domingos, em Caririaçu.

Na opinião de Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da Funceme, quando comparada a outras regiões que tiveram chuvas abaixo da média, a quadra chuvosa caririense foi considerada boa. “Convém observar que, neste ano, as precipitações no Cariri não tiverem relação com a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A formação das nuvens de chuva no Cariri foi devido a áreas de instabilidade associadas ao calor e umidade e, também, a vórtice ciclônico de altos níveis ou mesmo influência de frentes frias que chegaram até a Bahia”, explica a meteorologista.

Ela conta que, durante o período, fevereiro foi o mês em que o Cariri recebeu mais chuvas relativamente: o volume acumulado ficou 31,7% acima da normal climatológica mensal. Em março, as chuvas ficaram em torno da média, com desvio de 5,6%. Em abril, o desvio foi de 14,0%. Em maio, as chuvas reduziram drasticamente e choveu 63,6% abaixo da normal climatológica mensal, acumulando apenas 23,2 mm. Na pós-estação chuvosa, nos meses de junho e julho, as precipitações ainda podem acontecer, mas os volumes acumulados são bem mais baixos comparados aos observados durante a quadra chuvosa.

Alberto Mereiros, gerente da Companhia de Gestão Recursos Hídricos (Cogerh), avalia que a situação da Bacia do Salgado é considerada confortável. Com o atual volume, alguns açudes têm abastecimento garantido até o ano de 2022, enquanto outros, como o Rosário, que está com volume superior a 98%, até o ano de 2025. O açude de Atalho, em Brejo Santo, está com volume superior a 81%, sendo seguido pelo Açude Gomes, de Mauriti, com 51,44%, e Cachoeira, de Aurora, com 50,14%.

“Nós vivemos em uma região semiárida nordestina, onde a média de chuva é de 700 mm e da evaporação é em torno de 2.500 mm. Então, a gente tem uma região onde chove pouco e evapora muito. A gente nunca sabe como vai ser a quadra chuvosa no ano seguinte”, relata, ao dizer que é necessário bom senso e preservar a água para o caso de, em falta de chuvas nos anos seguintes, ser possível o atendimento à população. Alberto explica que todas as pessoas que usam água são responsáveis pela gestão do bem natural. A Cogerh faz a administração do que é decidido pela população. A decisão é tomada dentro do Comitê da Bacia do Salgado, formado por 50 instituições-membro da sociedade civil, usuários, poder público municipal, estadual e federal, além de comissões gestoras e reuniões de alocação.

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