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Filme produzido no Cariri retrata trajetória de jovem DJ trans e negra
“Luca” teve exibição especial na Casa da Diversidade em Juazeiro do Norte
Foto: Equipe/ Luca
Joaquim Júnior
10/07/25 13:00

A trajetória de uma jovem DJ trans e negra do interior do Ceará que enfrenta desafios de ser quem é em um mundo que insiste em ignorá-la – esta é a premissa de "Luca", filme de Lívia Agra, que divide a direção com Nívia Uchôa. Recém-lançada, a obra teve exibição especial na Casa da Diversidade Cristiane Lima, em Juazeiro do Norte. O esperado é que, em breve, equipamentos públicos de Juazeiro do Norte e Crato exibam o longa.

De acordo com Lívia Agra, o roteiro de "Luca" surgiu a partir de um conto escrito na época da pandemia de covid-19, entre os anos de 2020 e 2021, chamado “Um conto para não enlouquecer”. Nele, considerado um conto psicológico, Luca queria existir além de sobreviver. Após um novo projeto surgir, o conto foi desenvolvido e a diretora investiu o roteiro de "Luca" no edital da Lei Paulo Gustavo – Juazeiro do Norte.

Como acredita, a maior importância do filme é falar do tema. “A gente precisa falar mais. Às vezes ser até didático. Mostrar que pessoas trans e pessoas negras são plurais, e podem e devem ocupar todos os espaços”, enfatiza Lívia, ao citar que o maior desafio enfrentado no projeto foi falar de uma mulher trans sendo uma mulher cis, assim como de ser incompreendida ou se apropriar do lugar de fala de pessoas trans.

Foto: Equipe/ Luca

“Depois de muitos momentos de crises, entendi que eu poderia, sim, contar essa história, porque sua uma contadora de histórias, então me cerquei de muita pesquisa do universo e, principalmente, da consultoria de roteiro do meu querido amigo Lux Farr, homem trans e roteirista que tive a felicidade de cruzar o caminho”, menciona a diretora. Juntos, eles pensaram num filme que não fosse mais do mesmo e que mostrasse Luca para além de seu gênero e sua raça. Como destaca, Luca é uma mulher diversa que, assim como outras mulheres trans e negras, consegue ser maior que as adversidades.

Como enfatiza Nívia Uchôa, também diretora, trazer uma realidade entre tantas outras existentes é bem importante. “O filme conta a história de uma personagem que quer muito trabalhar com o que gosta, busca por valorização, pela não existência de preconceitos, conta o drama com a mãe que não aceita seu nome ser Luca. Isso é, inclusive, um dos fatores que predominam na sociedade, as pessoas da família não apoiarem seus filhos e filhas trans”, pontua a diretora, que reafirma que o filme busca com que esta voz possa transgredir a mente das pessoas. “Acredito que o filme 'Luca' é também um ato político, visto que na atualidade se tem lutado muito por visibilidade, principalmente quando se fala em ‘cura gay’,” e acho isso muito absurdo. Esperamos que o filme torne os olhares para entendimento que as trans são seres humanos, que elas têm uma vida igual a qualquer pessoa, que elas têm família, empregos, estudos e que são pessoas que pensam, refletem e atuam para terem visibilidades, assim como outras  trans e todo universo LGBTQIAPN+”, finaliza.

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