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Candidatura de Cid é alternativa para manter aliança
Caso aliança PT-PDT se rompa, Fernando Santana é uma das opções do PT para o Abolição
Foto: Reprodução/ Facebook
Robson Roque
21/06/22 0:00

O consenso para a definição do nome da base governista na disputa pelo Abolição, nas eleições deste ano, cedeu espaço para disputas internas e declarações que podem resultar no rompimento da aliança entre PT e PDT. Membros do PT já se manifestaram favoráveis a uma candidatura própria, caso o PDT mantenha a preferência pelo nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. José Guimarães, José Airton, Elmano Freitas e Fernando Santana são quatro alternativas do PT para entrar na disputa pelo Abolição.

Por outro lado, o nome do senador Cid Gomes é a alternativa para que não haja rompimento entre os dois partidos da base governista. A crise entre as siglas se acentua, já que a preferência de lideranças do PDT por Roberto Cláudio, em detrimento de Izolda Cela, incomoda o PT, pois havia um acordo entre Ciro, Camilo e o senador Cid Gomes para a indicação consensual da governadora. O acordo, no entanto, foi desfeito por Ciro, com a chancela do presidente Carlos Lupi, que esteve em Fortaleza na semana passada e lançou mais ‘lenha na fogueira’, ao manifestar apoio a Roberto Cláudio.

Em caso de rompimento, Fernando Santana cresce como opção do PT rumo ao Governo do Estado. Seria uma candidatura fortalecida no Cariri, com peso eleitoral em todo o Estado. Desvencilhando-se das disputas internas e públicas entre os dois partidos, Camilo Santana voltou a defender o diálogo e a manutenção da aliança. “O projeto que está em curso no Ceará está acima de qualquer projeto pessoal, individual, de qualquer um. O projeto precisa corrigir alguns pontos, melhorar onde precisa ser melhorado, mas nunca andar para trás. Continuo defendendo a importância de que precisamos ter muita responsabilidade, muita serenidade para que possamos manter esse arco de aliança pelo bem do Ceará e da população cearense”, concluiu Camilo.

Em visita a Tauá, para receber título de cidadão, o ex-governador foi questionado se havia mais ‘incendiários ou bombeiros’ na crise entre PT e PDT. “Meu estilo sempre foi de diálogo. De construção. Acho que isso é importante e não tenho dúvida de que a serenidade e a responsabilidade vão manter essa aliança unida pelo bem do Ceará”, respondeu.

INCÔMODO

O apoio público de Ciro e Carlos Lupi a Roberto Cláudio incomodou o presidente da Assembleia legislativa do Ceará, Evandro Leitão. “Não entrarei nesse jogo de desagregação que querem plantar no PDT do Ceará. Nosso projeto aqui não permite isso”, disse Evandro sobre a fala de Lupi, que rebateu: “Independente de ser o presidente nacional do PDT, vivemos em uma democracia e tenho direito de manifestar minha opinião”. Na quinta-feira (16), o PDT organizou um evento para demonstrar a união entre a cúpula da sigla. O encontro, no entanto, mostrou sinais de divergências entre as lideranças.

Enquanto a aliança é feita de impasses e disputas, se afunila o prazo para que os partidos políticos indiquem seus candidatos à disputa pelo Governo do Ceará. No dia 20 de julho, terá início o período para a realização de convenções partidárias, com duração de 16 dias. A data final para os registros de candidaturas se encerra em 15 de agosto e a campanha já pode começar no dia seguinte. Até lá, portanto, PT e PDT precisam resolver as pendências, de modo a definir se continuam marchando juntos ou se a aliança será rompida.

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