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Fernando Santana nega apoio político cobrado por Glêdson
Glêdson e Fernando rompem em meio a troca de acusações
Foto: Redes Sociais
Robson Roque
12/09/23 0:00

De aliados políticos nas eleições passadas a potenciais adversários em 2024. Assim é, atualmente, a relação entre o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), e o deputado estadual Fernando Santana (PT). O parlamentar, que ocupa interinamente a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará, até o próximo dia 17, nega a existência de um acordo para ele apoiar Glêdson, na tentativa de se reeleger prefeito do maior colégio eleitoral do Cariri. Ao negar o acordo, Fernando classificou Glêdson como “bolsonarista de carteirinha”, considerando que os dois estão em lados opostos, política e ideologicamente. O prefeito, por sua vez, declarou que a promessa de apoio “não é uma coisa inventada”, mas que “foi algo dialogado e o compromisso foi firmado”. 

Fernando nega o acordo. Segundo ele, Glêdson o apoiou no ano passado após o deputado conseguir a destinação de recursos para o Município. “Ele me mostre outro deputado que conseguiu isso para a gestão dele. Ele me apoiou por causa desses R$ 22 milhões, que eu consegui para Juazeiro. Não foi com compromisso para votar nele. Quem estiver dizendo isso, está faltando com a verdade”, contrapôs o deputado. A crise entre os dois se arrasta desde maio, quando o prefeito anunciou a candidatura à reeleição. 

A situação se agravou após entrevista do governador Elmano de Freitas, na abertura da ExpoCrato. Ele respondeu que Juazeiro do Norte estaria inadimplente ao ser questionado sobre envio de recursos estaduais para o Município. Depois disso, Elmano foi alvo de uma série de críticas que, segundo Fernando, teriam sido feitas pelo secretariado juazeirense, sob as ordens de Glêdson. Segundo Fernando Santana, o prefeito “foi lá, grosseiramente, dizer que nós estávamos faltando com a verdade, dizer que eu tinha que trabalhar mais e falar menos”. 

Assim, as declarações desmotivaram o interesse do deputado em apoiar o prefeito. “Essa vontade tem ido embora todos os dias pela sua forma de fazer política”, rebateu o presidente interino da Alerce, que acusa, ainda, Glêdson de se isolar politicamente e desrespeitar lideranças políticas e a Câmara Municipal. O deputado também acusa o prefeito de ser ingrato com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT). “O que Camilo fez pelo Glêdson, sendo ele de outra agremiação partidária, de uma ideologia ligada ao Bolsonaro, e mesmo assim, o Camilo fez”. 

O prefeito sustentou o que tem dito desde maio, ao afirmar que diversas pessoas testemunharam o acordo entre os dois. Entre elas, o vice-prefeito, Giovanni Sampaio (PSB), aliado de Fernando Santana. “Se vai ou se não vai poder cumprir, aí é uma questão de foro íntimo. Vai do sentimento de cada um. Ele tem suas questões, mas eu espero que sim”, comentou Glêdson. Ao avaliar a estratégia do PT, que pretende lançar candidato próprio em Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra considera que nomes como o de Fernando Santana e do deputado federal José Guimarães são lançados para “surfar na popularidade” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos bastidores, Glêdson e Fernando se articulam para a formação de alianças e coalizões políticas: o primeiro na tentativa de se reeleger, enquanto o segundo, mesmo preferindo permanecer como deputado estadual, condiciona o futuro político à decisão de Camilo Santana, principal liderança do PT no Ceará. Fernando é, também, cotado para ser o próximo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará.

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