Familiares e amigos da vendedora Ângela Maria Camila da Paz, 39 anos, enfrentam um período de luto e indignação após sua morte. A moradora de Missão Velha foi encontrada morta, no dia 12 de dezembro, em decorrência de um suicídio, por causa de dívidas acumuladas na Blaze, uma plataforma de jogos eletrônicos. Os familiares e a comunidade local uniram-se em protestos contra a plataforma, como também para alertar a população dos riscos dos vícios em jogos.

A vendedora chegou a gravar áudios, dizendo que cometeria suicídio por causa das dívidas - calculadas em mais de R$ 100 mil - e publicou no grupo da Blaze. Jéssica Lobo, irmã de Ângela, reside em São Paulo, e afirmou que não tinha conhecimento da situação da irmã, até o dia de sua morte. Ao chegar ao Cariri, Jéssica descobriu que a irmã jogava compulsivamente o “jogo do aviãozinho”, que consiste em guiar um avião em busca de dinheiro, evitando cair.

Segundo familiares, Ângela fez empréstimos no próprio nome e no da mãe, como também no CPF de amigas. Por causa da responsabilidade financeira da vendedora, ninguém desconfiou da situação. A irmã da vendedora explica que iniciou os protestos em memória à irmã, para que outras pessoas se conscientizem dos perigos do vício em jogos. “Iniciamos uma caminhada para que pessoas que estão passando por esse momento saibam que não estão sozinhas e que elas não são culpadas por estarem passando por isso”, comentou.