Endometriose passa a ter política pública específica em Juazeiro
Iniciativa acompanha avanços no tratamento da doença
Foto: Aerlon Avelino.
Regy Santos
25/12/25 19:16

A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte aprovou o projeto de lei, de autoria da vereadora Auricélia Bezerra, que institui o Programa Municipal de Divulgação, Prevenção e Tratamento da Endometriose. A proposta cria uma política pública específica voltada ao enfrentamento da doença no município.De acordo com o texto aprovado, o programa tem como objetivo ampliar o acesso à informação sobre a endometriose, incentivar ações de prevenção, garantir o diagnóstico precoce e fortalecer o tratamento por meio da rede municipal de saúde.

A iniciativa também prevê campanhas educativas para conscientizar a população sobre os sintomas da doença e a importância da busca por atendimento médico.Apesar dos avanços, o diagnóstico da endometriose ainda representa um desafio no Brasil. A doença atinge cerca de uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva, o que corresponde a aproximadamente sete milhões de brasileiras. Entre os principais fatores que contribuem para a demora no diagnóstico estão a normalização da dor intensa, que faz com que cólicas fortes sejam vistas como algo comum, a falta de informação, a confusão com outras doenças, como problemas gastrointestinais ou psicológicos, além da complexidade dos sintomas e da dependência de exames especializados ou procedimentos cirúrgicos para confirmação. Esse cenário pode resultar em anos de espera até o diagnóstico correto, impactando diretamente a qualidade de vida das pacientes. Em muitos casos, o acesso ao diagnóstico e ao tratamento também pode demorar, a depender da demanda de cada localidade, o que dificulta o controle da doença e favorece sua progressão.

Atualmente, as prefeituras de Juazeiro do Norte e do Crato oferecem consultas com ginecologistas, além de acompanhamento e tratamento especializado para mulheres diagnosticadas com endometriose. No município do Crato, o atendimento é realizado no Centro de Saúde da Mulher, para onde as pacientes são encaminhadas após avaliação inicial.Segundo a coordenadora da unidade, Adriana de Souza Lima, após o relato dos sintomas, o ginecologista solicita os exames necessários para confirmar o diagnóstico. “As mulheres diagnosticadas também têm acesso a acompanhamento contínuo e a terapias complementares, como a acupuntura, ofertada pela rede municipal de saúde, reforçando o cuidado integral às pacientes", destaca a coordenadora.

A iniciativa municipal acompanha avanços recentes no tratamento da doença no Sistema Único de Saúde. Em 2025, o Ministério da Saúde incorporou novas opções de tratamento hormonal, como o DIU liberador de levonorgestrel e o anticoncepcional hormonal desogestrel, ampliando as alternativas terapêuticas disponíveis no SUS para o controle da dor e da progressão da endometriose

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