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Desacordo político antecipa cenário eleitoral em Juazeiro do Norte
Fernando e Glêdson estiveram juntos na eleição passada
Foto: reprodução de redes sociais
Robson Roque
18/07/23 15:00

As entrevistas que fundamentam esta matéria foram concedidas aos repórteres Adriano Duarte e Murilo Siqueira, da Rádio Progresso FM.

As eleições municipais de 2024, para escolha de prefeito, vice e vereadores, serão daqui a pouco mais de um ano e dois meses. Os cenários e articulações partidárias para o pleito em Juazeiro do Norte, entretanto, tendem a ser abreviados devido a um atrito entre o atual prefeito, Glêdson Bezerra (Podemos), e o deputado estadual Fernando Santana (PT). Os dois trocaram acusações na semana passada, apesar de terem sido aliados no pleito de 2022, quando o prefeito apoiou a reeleição do parlamentar à Assembleia Legislativa.

Diante do conflito, eles tendem a seguir em lados opostos: em maio, Glêdson anunciou que se candidataria à reeleição, inclusive cobrando publicamente o apoio de Fernando, o que seria um acordo entre eles. “O Fernando Santana tem esse compromisso. Então continuo acreditando que ele vai cumprir com o compromisso de votar em mim, na nossa reeleição de prefeito”, disse Glêdson à época. O petista, contudo, é o nome preferido do ministro Camilo Santana para a Prefeitura de Juazeiro. Dois grupos também permaneceriam em divergência: Camilo Santana e Elmano de Freitas, de um lado, Capitão Wagner e Eduardo Girão, do outro.

A desavença foi motivada após cobranças do prefeito juazeirense sobre destinações de recursos do governo estadual, do qual Fernando é aliado. Os valores seriam empregados na construção de um centro administrativo, em subsídios para custear o transporte público e em reformas do Memorial Padre Cícero e do Hospital Maria Amélia. “Se tem obra paralisada, sinceramente, eu desconheço. O prefeito da cidade nunca nos procurou para relatar nada sobre isso”, argumentou Fernando. Ele ainda alegou que Juazeiro do Norte estaria inadimplente, condição que impediria o envio de recursos.

O deputado foi além e teceu críticas ao prefeito. Pela ótica de Fernando, mesmo que Glêdson não seja aliado do governador Elmano de Freitas, deveria estar “alinhado” ao governo estadual. “Mas se nem aliado ele é, e alinhado ele não quer ser, paciência. Eu tenho é pena do Município. Se eu fosse um prefeito, eu estava toda semana em Fortaleza, buscando recursos, destravando, vencendo a burocracia. Ao invés de buscar desculpas, eu estava correndo atrás para que a minha terra pudesse crescer, se desenvolver e ajudar o meu povo”, considerou.

Em resposta, o prefeito reafirmou atrasos em repasses estaduais para Juazeiro do Norte e atribuiu as declarações de Fernando à proximidade das eleições. “Num primeiro momento, acredito que, cada vez mais que vamos chegando perto das eleições, até por influências externas, existe uma tendência desse endurecimento no tom. O que eu lamento profundamente, porque, ainda ontem, eu estava com o Fernando Santana para cima e para baixo, pedindo voto pra ele”, avaliou.

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