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Darlan denuncia gasto de 1,2 milhão e déficit de R$ 31 mil
Câmara tem denúncias de gastos excessivos e manobras judiciais
Foto: Divulgação
24/05/22 0:00

Cercada por discussões acaloradas, ameaças de auditorias e denúncias de manobras, a volta dos vereadores Darlan Lobo (MDB), presidente do Legislativo, Capitão Vieira Neto (PTB), vice-presidente, e Beto Primo (PSDB) abre uma crise na Câmara de Juazeiro do Norte. O retorno dos vereadores afastados causou confronto com o ex-presidente interino Willian Bazílio - Bilinha (PMN), com repercussão no setor jurídico da Casa.

Duas denúncias ganharam corpo contra o ex-presidente Bilinha. Darlan apontou um déficit de quase R$ 31 mil nos cofres da Câmara. De acordo com ele, antes de ser afastado do cargo, em novembro de 2021, deixou R$ 1,2 milhão na conta do Legislativo. Quando voltou à presidência, diz que encontrou apenas R$ 69 mil, já referente à antecipação do duodécimo (repasse mensal da Prefeitura), no valor de R$ 100 mil, a pedido de Bilinha para fechar as contas da Casa.

Darlan ressaltou ter entregue as finanças com superávit e não descarta uma auditoria com encaminhamento ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. “Recebi [a gestão], agora, com R$ 31 mil negativos. Estão lá as contas para pagar e não tem dinheiro. A gente vai ter que pagar o que der”, diz Darlan.

Entre as ações polêmicas de Bilinha, que oneraram o Legislativo, está a criação de 93 cargos de livre nomeação ao custo de R$ 1,8 milhão por ano. O Ministério Púbico pediu explicações sobre as contratações, mas ainda não divulgou o resultado. Bilinha disse estar tranquilo e que nada tem a temer sobre as contas da Câmara. Ele propôs, ainda, um levantamento geral nas contas dos três últimos presidentes, que foram ele, Capitão Vieira e Darlan Lobo.

MANOBRA

A crise no Legislativo juazeirense se intensificou com a assinatura do advogado Erivaldo Oliveira, como assessor jurídico da Câmara, em petição encaminhada à Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Comarca de Fortaleza, sobre a volta dos parlamentares afastados. Capitão Vieira aponta tentativa de beneficiar Bilinha.

Vieira lembrou falas dos vereadores Fábio do Gás (Rede), Rafael Cearense (Podemos) e Janu (Republicanos), acusando o advogado de parcialidade na defesa da gestão Bilinha, durante os 180 dias do afastamento. “Não sei qual eram os agrados que o vereador Bilinha tinha com o advogado Dr. Erivaldo”, disse.

Erivaldo disse não ter a intenção, nem mesmo de forma indireta, de pretender prorrogação de afastamento dos vereadores. Ele afirmou que já procurou a OAB e também o Ministério Público, alegando estar sofrendo perseguição e ameaças.

Sem citar nomes, Vieira disse, ainda, que existem outros vereadores interessados em um novo afastamento. “Eu sinto uma manobra, uma manobra para tirar o vereador Darlan, para tirar o vereador Capitão, para que o Bilinha volte a ser o presidente”, disse.

Durante a sessão, Darlan ressaltou que quem responde pela Casa é o presidente e a procuradora, a advogada Maria Eliza. “Ele (Erivaldo) está passando dos limites”.

Darlan, Capitão Vieira e Beto Primo ficaram afastados das funções legislativas por 180 dias. Eles são investigados por envolvimentos com jogos de azar e fraudes em licitações. O inquérito comandado pela Polícia Civil, na Operação Públio Vatínio, ainda não foi concluído, portanto, não há denúncia formal à Justiça ou ao Ministério Público.

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