Crise no Cariri Oeste
21/09/21 0:00

Apesar da boa repercussão, o I Fórum de Segurança Pública do Cariri Oeste não deixou apenas boas notícias. Prefeitos da região que participaram do evento em Campos Sales, no dia 13, alegam terem sido usados. Delegacia Regional, Instituto Médico Legal e aumento do efetivo, conquistados na reunião, ficaram centralizados em Campos Sales. A jogada política do prefeito João Luiz foi demonstrar influência para ficar com tudo. Os prefeitos Líbório Leite (Assaré) e Antônio Filho (Antonina do Norte), ambos do PDT, já manifestaram sua insatisfação. Libório avaliou que participou apenas como ouvinte, para fazer número. Antônio Filho disse que as conquistas não focaram em outros municípios importantes da região. Já existe um grupo de insatisfeitos que promete intervir junto ao Governo do Estado, para descentralizar os benefícios. Nessa discussão, o prefeito João Luiz deve ficar isolado.

Traição à vista
A política de alianças para a próxima eleição, em Altaneira, trará uma grande surpresa. Nos bastidores é dado como certo o rompimento do empresário Palito da Mega Som com o deputado federal Genecias Noronha. Palito está declarando voto ao deputado estadual Osmar Baquit. Não vai apoiar a mulher de Genecias, a deputada Aderlânia Noronha. O rompimento coloca fim a uma parceria de décadas, inclusive comercial. Há quem garanta que até a estrutura empresarial de Palito, ele deve a Genecias. Na última campanha municipal, Genecias apoiou a esposa de Palito, Ana Kesia, para prefeita de Altaneira. Para evitar o rompimento, Palito teria proposto votar na indicação de Genecias para federal, mas foi recusado. Ou tudo ou nada foi a resposta. Por sua vez, Genecias garante que sua mulher terá mais voto que Baquit em Altaneira. E acusa: Palito é traidor.

Fuga de sigla
A chapa eleita para comandar a Prefeitura de Potengi, Edson Veriato e Humberto dos Barreiros, ambos do Psol, é a única do partido no Estado. Pelo menos, por enquanto. Humberto está de malas prontas para o PP de Zezinho Albuquerque e há forte expectativa para a saída de Edson da sigla. A dupla tem sido incentivada a deixar o Psol, para melhorar a articulação junto aos governos. Os parlamentares do Psol na Assembleia e na Câmara Federal têm imensas dificuldades de articular recursos. Humberto chegou a avaliar filiação ao MDB, mas acabou optando pelo PP. Em reunião com o secretário das Cidades, Zezinho Albuquerque, Humberto já começou abrir as postas. Zezinho prometeu a liberação de recursos para obras novas e conclusão de outras em andamento. É o apadrinhamento mudando o cenário político e ideológico de Potengi.

Presidente supremo
E a inexperiência na gestão dos poderes de Potengi, continua fazendo escola. O presidente da Câmara, vereador Ailton Leite, do Psol, acabou ironizando a vereadora Vanda Tenório, ao responder sobre um convite para participar do fórum de segurança pública em Campos Sales. Ailton disse: “eu não tava nem com vontade de dar risada duma situação dessas”. Depois fez um mea-culpa, assumindo o erro por não ter comunicado aos colegas de parlamento, mas garantiu que enquanto estiver à frente do Poder será assim. Quando chegar um convite em seu nome, ele convida quem quiser. Com certeza, Ailton está no partido errado. Pelo menos no discurso, o Psol prega outra coisa. O presidente mostra uma postura autoritária e desrespeitosa. A dúvida é se os colegas continuarão calados diante da grosseria ou farão a denúncia por decoro.

Palanque sem fim
A campanha política em Farias Brito parece não ter fim. Depois de conversas com o deputado estadual Nelinho Freitas, o ex-prefeito Zé Maria foi duramente criticado por aliados do prefeito Deda Pereira. Zé Maria é acusado de se vender a candidatos para aumentar seu patrimônio pessoal. Os críticos esquecem que política de alianças é natural em eleições. Mas, o próprio prefeito Deda entrou na discussão garantindo que não troca seu prestigio político por dinheiro e que os candidatos que quiserem votos em Farias Brito terão que se comprometer em ajudar a cidade. A frase sugere benefício financeiro por adversários, mas não apresenta provas. Certo mesmo é que prometer votos a todos que ajudarem, não trará para o Município fidelidade de nenhum deputado. Está na hora da situação e oposição de Farias Brito descerem do palanque. Há muito o que fazer!

Farra do nepotismo
A pergunta mais repetida pelo Sindicato dos Servidores de Jati é: até quando o Ministério Público vai permitir a farra do nepotismo no Município? O órgão fiscalizador já emitiu duas recomendações sobre o crime, mas a gestão da prefeita Mônica Mariano nem respondeu. Segundo sindicalistas, a folha de pagamento está repleta de casos, principalmente envolvendo a Câmara, no chamado nepotismo cruzado. Por último, o Ministério Público pediu, via ofício, a lista dos servidores com ligação de parentesco com os parlamentares. A dúvida é: será que o Legislativo vai responder ou vai seguir o exemplo do Executivo? Os parlamentares já estão sendo chamados de “lagartixa”, em alusão ao comportamento de submissão ao Executivo. Nas redes sociais, grupos se revezam entre defesas e ataques à gestão e o Ministério Público poderia dar fim à crise. A direção do Sindicato garante que não faltam provas, o que falta é ação firme.

Enquanto isso…
… Em Milagres, o desenho da disputa eleitoral para deputado estadual está definido. As duas principais forças políticas do momento, o prefeito Cicero Figueiredo e o candidato derrotado, Abraão Sampaio, já anunciaram seus nomes. Figueiredo vai apoiar a reeleição do deputado Guilherme Landim e Abraão fechou com o deputado Fernando Santana.

… A disputa em Milagres deve colocar os dois adversários de 2020 no mesmo palanque em 2022. Nas redes sociais, Abraão anunciou apoio ao ex-presidente Lula e deve votar no candidato da base aliado de Camilo Santana ao governo, mesmos candidatos de Figueiredo. Além disso, há uma discussão para que Abraão se filie ao PT. Como estará Hellosman?

… Em Baixio, é grande a apreensão pelo julgamento da ação que pede a cassação do prefeito, Zé Humberto, e seu vice, José Donizete, no Tribunal Regional Eleitoral. Requerido a se pronunciar no caso, o Ministério Público Eleitoral recomendou a condenação por abuso de poder, propaganda institucional e uso indevido de meios de comunicação na campanha.

… O MPE pede cassação, inelegibilidade e novas eleições. O parecer aponta evidências de favorecimento nos dos meios de comunicação oficiais, em favor do prefeito. E sentencia: “notória e grave mácula ao princípio da impessoalidade no âmbito da Administração Pública”. No Município, há mobilização para uma nova eleição. A cassação é dada como certa.

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