Criação de Núcleo fortalecerá sociobioeconomia na Caatinga
Reunião em Crato debateu pontos como a economia baseada na biodiversidade
Foto: Laura Brasil
Joaquim Júnior
29/10/25 12:30

Organizações do Araripe, que abrange os municípios do Cariri, participam da criação do Núcleo de Desenvolvimento da Sociobioeconomia na Caatinga. Para colaborar com o processo criativo, um evento foi realizado no Instituto Federal do Ceará (IFCE) – campus Crato, reunindo associações e grupos locais e de cidades dos arredores. O objetivo foi compartilhar experiências de sociobioeconomia, economia baseada na biodiversidade, além de elaborar um plano de governança, orçamentário e de ação para propor a criação do Núcleo.

O processo de articulação envolve quatro estados: Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí. Segundo Francisco Campelo, diretor técnico da Fundação Araripe e presidente da Reserva da Biosfera da Caatinga, a ideia com a criação do Núcleo é estruturar as iniciativas já postas no campo de forma desarticuladas e uni-las de forma orgânica, algo com que se possa trabalhar as políticas públicas na qualificação da produção do agricultor. Tudo pensado de forma qualificada, legalizada e estruturada. “O Núcleo é um esforço que está sendo feito dentro da Política Nacional da Sociobioeconomia”, afirma.

Inicialmente, de acordo com Francisco, serão três experiências iniciais: no serrado, no norte de Minas Gerais; no sul da Mata Atlântica; e na região do Araripe, com a Caatinga. Conforme apresentado pela Fundação no evento, o perfil dos empreendedores vai de agricultores familiares e extrativistas a indígenas, quilombolas, fundos e fechos de pasto, quebradeiras de coco de babaçu e assentados.

Como aponta o diretor, tais ações, feitas com critério de sustentabilidade, fortalecem a estratégia de conservação, possibilitam um processo de inclusão social, desmarginalizam a atividade, superam o desmatamento pelo uso sustentável e abrem grandes oportunidades. Ele conta que, atualmente, a Política Nacional já está posta, com decreto que define a missão, que nela há os desenhos dos Núcleos e que, no momento, já foi feito diagnóstico realizado junto a 17 organizações. Uma plataforma, criada pelo Ministério do Meio Ambiente, vai fazer o registro das experiências pelo Brasil, o que contribuirá na criação de estratégias de ação, já que haverá maiores informações circulando.

Como exemplo de ações em andamento, ele cita que, no Quilombo de Sousa, em Porteiras, está sendo aplicado um planejamento de gestão territorial. Lá há um estudo que aponta quantos pés de pequi há na área onde é feita a coleta, qual é produção a área (que inclui outras culturas) pode ofertar etc. “Tudo para que eles tenham conhecimento do potencial da biodiversidade e vejam quais frentes de negócio e até onde podem atender”, enfatiza.

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