Jornal do Cariri
Crajubar receberá rede de distribuição de gás natural
Além de mais barato, o gás natural possui queima mais limpa e com menor geração de gás carbônico
Foto: Tiago Stille/ Governo do Ceará
Joaquim Júnior
01/03/22 22:00

Os municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha receberão a instalação de uma rede de distribuição de gás natural. A autorização dos dois últimos já estava aprovada, enquanto a participação de Crato foi feita recentemente, junto ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente do Crato (Condema). Com o projeto, fábricas da região poderão substituir a lenha, uso que causa poluição e contribui para o desmatamento. Além disso, o combustível pode ser utilizado em residências e veículos, como alternativa à gasolina, por exemplo. Como apontado, o gás natural é considerado mais barato que outras fontes de energia e possui queima mais limpa e com menor geração de gás carbônico que alguns combustíveis.

Alexandre Rocha, técnico de licenciamento ambiental da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), explica que o gás também é oriundo dos poços de petróleo. Como cita, o propósito do Estado do Ceará, da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), é levar o gás natural para cidades do interior e, como as cidades do Crajubar são industrializadas, o combustível será de extrema utilidade. “O gás natural vai trazer muito desenvolvimento para a região do Cariri”, enfatiza, ao lembrar que os postos de combustíveis também poderão oferecer para que o gás seja utilizado em veículos.

Para a instalação, Alexandre lembra que são levados em consideração estudos ambientais, análises de risco e de controles. Geralmente, as tubulações são enterradas, por um sistema por baixo da terra, com tubos que vão de uma extremidade a outra sem a necessidade de escavação. Atualmente, a licença prévia já foi estabelecida. Agora, a licença de instalação está sob análise. Para que ocorra o abastecimento, o transporte deve ser feito por caminhão. O gasoduto principal deve passar próximo de onde haja mais indústrias para que, de lá, sejam estabelecidos os ramais. “É uma energia mais limpa do que a lenha. Mas ainda não é uma energia tão limpa, porque vem de combustível fóssil. E combustível fóssil um dia vai acabar”, destaca Alexandre, ao mencionar que o futuro da energia vai ser o hidrogênio.

George Borges, presidente do Condema, de Crato, relata que a decisão pela autorização da participação do Município partiu após uma reunião que discutiu e esclareceu dúvidas sobre a instalação do gasoduto. Eraldo Oliveira, da Autarquia Municipal de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju), relata que a discussão sobre o tema se estende há décadas. Com o novo projeto, ele esclarece que o gás tende a vir do Porto do Pecém, de Fortaleza e, pelas margens da Rodovia Padre Cícero, alcançar o Crajubar. A sede deve ser instalada no Distrito Industrial do Cariri.

“Boa parte dos empreendimentos ainda utiliza lenha. Teria uma contribuição ambiental muito forte. No Crajubar, são praticamente 39 indústrias, das quais dez são calçadistas”, afirma, ao destaca que na região há fábrica farmacêutica, de refrigerante, alumínio, cerâmicas etc. “Nós teríamos um ganho fundamental, porque os nossos recursos florestais seriam poupados. Evitaria o número de desmatamentos clandestinos”, enfatiza Eraldo.

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