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Contagem regressiva para renunciar
21/12/21 0:00

O cenário eleitoral de Ciro Gomes se complicou demasiadamente, com a deflagração da Operação Colosseum, da Polícia Federal, na semana passada. O relatório que autorizou os mandados de busca e apreensão nos apartamentos dos irmãos Ciro e Cid Gomes tem 92 páginas, assinado pelo juiz da 32ª Vara Federal, Danilo Dias. Apesar do Ministério Público Federal (MPF) ter se manifestado contra essa medida, o magistrado entendeu ser necessária e colocou a PF no pé da oligarquia Ferreira Gomes, pelo pior dos males de um político: cobrança de propina da empreiteira Galvão Engenharia, no valor de R$ 11 milhões, durante a construção da Arena Castelão. O discurso moralista de Ciro sofreu um duro baque. Nocauteado, Ciro resiste. Ataca o juiz Danilo Dias e tenta responsabilizar a operação da PR como um movimento do presidente Bolsonaro para prejudicá-lo.  Ninguém engole. A desistência de Ciro prejudica Bolsonaro, pois seus votos migram automaticamente em sua ampla maioria para Lula.

Advogados de Cid fazem lambança

Assustados com a enorme repercussão do escândalo da Arena Castelão, Ciro Gomes anunciou apressado que irá recorrer aos tribunais superiores para anular a operação da PF, que quebrou seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos. Fez o mesmo com o senador Cid Gomes, que entregou três celulares. Ciro tinha apenas um, como também o 3° irmão, Lúcio, que só tinha um aparelho. Dos três irmãos FGs, um foi generoso com os pedidos da Federal e deu a senha para que o aparelho dele fosse aberto ainda em seu apartamento. O teor das conversas é uma incógnita. Todos os cinco aparelhos vão ser agora periciados. Não fosse suficiente essa preocupação dos FGs, há outra dificuldade. Cid Gomes ingressou com uma medida judicial no Supremo Tribunal Federal (STF), questionando que essa investigação sobre o Castelão estivesse sob a responsabilidade do juiz federal Danilo Dias. O STF decidiu que é sim, juiz Danilo Dias, que conduz toda essa investigação. Desse modo, as chances da operação Colosseum ser anulada se reduz a próximo de zero, para desespero de Ciro e Cid Gomes.

Danilo Dias é o juiz que cuida do Castelão

O esforço dos irmãos Ciro e Cid Gomes é tentar criar uma narrativa sobre a operação da PF para confundir o eleitorado brasileiro e, principalmente, o cearense. Há um consenso que hoje a opção Cid Gomes para concorrer ao Abolição, como sonhava o governador Camilo Santana, é uma carta fora do baralho. Até mesmo a alternativa Roberto Cláudio precisa ser examinada com todo cuidado, pois há inquéritos abertos contra ele na Polícia Federal, apurando a aplicação de recursos federais encaminhados para o combate da pandemia do coronavírus. Quem também está ciente que suas possibilidades de manter sua candidatura ao Planalto diminuem a cada dia é Ciro Gomes. Após ter sido estourado o escândalo do Castelão, cresceu internamente no PDT as pressões para Ciro renunciar. Já três candidatos do partido a governos estaduais – Rio de Janeiro (Rodrigo Neves), Maranhão (Weverton Rocha) e Sergipe( Edvaldo Nogueira) – com reais chances de saírem vitoriosos nas urnas do dia 02 de outubro de 2022, já anteciparam: estarão no palanque de Lula. Ciro não terá o voto deles. A traição é explícita. E Ciro foi informado que não pode levar o partido a bancarrota.

Carlos Lupi tenta segurar candidatura de Ciro

Convencido das dificuldades porque passa a candidatura Ciro ao Planalto, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, se esforça para auxiliar o amigo. Não está sendo uma tarefa fácil. A bancada dos deputados federais está toda rebelada contra Ciro se manter candidato. Preferem, majoritariamente, que ele desista e o PDT apóie Lula. As exceções são os deputados do PDT do Ceará. Esses não podem nem falar, mas no íntimo torcem pela desistência de Ciro. Apoiariam Lula e teriam mais recursos repassados pelo PDT para suas campanhas proporcionais. Com Ciro no páreo, o dinheiro destinado aos parlamentares será no mínimo 50% a menos. Daí, todo o empenho dos deputados federais e senadores pedetistas para agilizarem a renúncia de Ciro. Ah, dentro do PDT, até quem já defenda que o partido componha a federação do PT com PSB, PCdoB, PSOL e PV. Lupi é contra essa proposta, mas pode ser levado de roldão, diante do favoritismo de Lula.

Emendas do Orçamento Secreto no Ceará

Apenas 10 dos 22 senadores e nenhum dos três senadores do Ceará conseguiram recursos do Orçamento Secreto entre os anos de 2020 e 2021. Mesmo assim, o Ceará está na quarta colocação tendo obtido R$ 219,3 milhões de verbas do orçamento secreto. O 1° estado nesse ranking foi o Amapá, do ex-presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, com R$ 335,5 milhões. A relação dos valores conseguidos pelos deputados cearenses: Domingos Neto (R$ 152,31 mi), Junior Mano (R$ 37,54 mi), Capitão Wagner (R$ 8 mi), Moses Rodrigues (R$ 7 mi), Dr Jaziel R$ 5mi), AJ Albuquerque (R$ 3mi), Danilo Forte e Eduardo Bismark, ambos com R$ 2 milhões, Heitor Freire (R$ 1,52 mi) e Mauro Filho obteve R$ 1 milhão das verbas secretas. Agora, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou que toda essa dinheirama distribuída precisa de total transparência.

Capitão Vieira desafia Justiça do Ceará

 O vereador Capitão Vieira Neto, primeiro vice-presidente da Câmara de Juazeiro do Norte, afastado por envolvimento com o Jogo do Bicho, resolveu enfrentar a Justiça do Estado, ao continuar atuando na articulação da Casa para pressionar o prefeito Glêdson Bezerra. Essa desobediência pode custar sua prisão. Vieira foi o articulador da emenda que engessa o orçamento anual do Município para 2022. Com média histórica de 50% a 60% de flexibilização para gastos extras, a emenda zerou essa possibilidade. Esse movimento idealizado por Capitão Vieira tem como finalidade pressionar o prefeito Glêdson a fazer concessões não republicanas aos vereadores. O esquema montado por Capitão Vieira foi escancarado nos corredores, pelo ex-vereador Ronnas Motos, esposo da vereadora Rosane Macedo. O prefeito Glêdson vetará a emenda, o que fará com que a gestão inicie o ano com o orçamento deixado pelo ex-prefeito Arnon Bezerra. Não há mais tempo hábil para os vereadores analisarem o veto.

Bilinha e Adauto fechados com o esquema

Convencido pelo vereador Capitão Vieira de que poderia ficar rico, o presidente interino, Willian Basílio (Bilinha), fechou com esse esquema que tenta chantagear o prefeito Glêdson, tirando recursos de setores chaves para a gestão para aplicar nos caprichos dos vereadores. Para ajudar a reverter a situação, há quem garanta que Bilinha exige uma obra de R$ 16 milhões. Essa proposta sugerida pelo presidente interino da Câmara pode levá-lo também ao afastamento. Os colegas de Bilinha entregaram tudo: o empresário que executaria a obra está definido e teria como missão fazer a distribuição de um mensalinho dos parlamentares a ser bancado pela nova direção do Legislativo. Fortalecido, Bilinha facilitaria sua reeleição.  A idéia defendida é garantir que seja feito aditivo de 30% ao valor do contrato da obra, e a fiscalização da prefeitura de Juazeiro feche os olhos para a qualidade do serviço para baratear os custos, facilitando a vida de quem fez esse plano, que já é do conhecimento da sociedade juazeirense e do Ministério Pùblico. Mais experiente, Adauto Araújo tem assumido o papel de convencer o prefeito Glêdson a aceitar esse esquema, que se vingar, dará cadeia. Por sua vez, sabedor da armação, o prefeito Glêdson já disse: se o grupo de vereadores, ou mesmo o presidente Bilinha vier apresentar essa proposta de corrupção, dará voz de prisão.

Justiça nega Habeas Corpus a Darlan

Fora do poder e assistindo Capitão Vieira comandar a Câmara, mesmo de fora, o presidente Darlan Lobo tentou voltar pelas mãos da Justiça que o afastou. A manobra não deu certo. O juiz Francisco Jaime Medeiros Neto negou o Habeas Corpus com pedido de liminar para devolver o cargo. Na decisão, o magistrado disse que não concederia a liminar por ter visto nos autos do processo e no pedido de afastamento, feito pelo Ministério Público, materialidade suficiente para acreditar em indícios de envolvimento de Darlan com as atividades criminosas. A decisão sinaliza que o afastamento pode se tornar definitivo, dependendo do relatório final da investigação. Aliados de Darlan contavam com o deferimento do pedido, tanto que cantavam aos quatro ventos o seu retorno triunfal. Deu tudo errado.

Disse me disse...

Senador Cid Gomes confessou que durante a operação em seu sítio, na Meruoca, a Polícia Federal localizou e levou R$ 55 mil em notas de R$100 e R$50.

Sobre esse valor guardado debaixo do colchão no seu sítio de lazer, Cid foi categórico: esse dinheiro está declarado no meu imposto de renda. E não estendeu mais explicações.

É a terceira vez que Cid tem problemas com dinheiro em espécie em suas moradias. A primeira também foi no Sítio da Meruoca, onde uma empregada doméstica foi acusada de surrupiar U$ 10 mil.

A empregada chegou a ser presa pela Polícia Civil de Sobral. Negou ter participado desse furto e acabou solta. O caso não foi adiante.

O segundo caso ocorreu na Residência Oficial do Governo do Ceará, durante o mandato de Cid Gomes no Abolição.

Novamente desapareceu dólares. O total teria sido U$ 15 mil. Novamente, a Polícia Civil investigou e o caso não foi pra frente.

Conclusão: o senador Cid Gomes é um homem prevenido e gosta sempre de ter dinheiro em real ou dólar ao alcance de suas limpas mãos.

Desculpe a ignorância, você conhece algum político do Ceará que guarde dinheiro debaixo do colchão, além do senador Cid Gomes?

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