Cresce o número de crianças e adolescentes que entram cada vez mais cedo no mundo das drogas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Juazeiro do Norte, autoridades discutem a criação de um comitê intersetorial, com previsão de implantação em 2026, para frear o avanço desses números.

Com o objetivo de formular políticas públicas voltadas à prevenção e ao combate ao uso de drogas entre o público infantojuvenil, representantes do Conselho Tutelar e do poder público municipal se reuniram para discutir estratégias integradas de atuação.

O foco principal do encontro foi o alinhamento de ações voltadas tanto à prevenção quanto ao acompanhamento de crianças e adolescentes que já tiveram algum contato com drogas. De acordo com o coordenador do Conselho Tutelar I, Ermesson Santos, os dados apresentados durante a reunião apontam um aumento significativo nos registros: em 2024, foram contabilizados 189 casos, enquanto em 2025 o número já chegou a 218, evidenciando um crescimento preocupante.

Diante desse cenário, os participantes reforçaram a importância da atuação conjunta da rede de proteção. “A proposta é coordenar ações, unificar estratégias e fortalecer o diálogo entre os órgãos envolvidos, reconhecendo que o enfrentamento do problema exige esforços coletivos”, explicou Ermesson. A expectativa é que o comitê intersetorial contribua para frear o avanço dos casos e ofereça respostas mais efetivas à problemática no município.

Especialistas destacam que o enfrentamento do problema das drogas passa pela construção de estratégias articuladas entre governo e sociedade civil, envolvendo prevenção, cuidado, reinserção social e medidas de redução da demanda e da oferta de drogas. Em nível estadual, o Plano Estadual de Políticas sobre Drogas serve como referência para orientar os municípios cearenses na elaboração de seus planos municipais, respeitando as demandas e as especificidades de cada território. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a política sobre drogas em todo o estado, ampliando a rede de parceiros e promovendo uma abordagem ampla e inclusiva da problemática.