Wà Coletivo cria painéis que homenageiam Mestras da Cultura do Cariri
Coletivo produz grandes murais em que há técnicas de arte urbana mescladas com o bordado colorido
Fotos: Wà Coletivo
Joaquim Júnior
14/03/23 9:00

Espaços do Cariri ganham obras em homenagem a mulheres que carregam consigo a história e a cultura da região. Através do projeto “Mestras de Cariri”, que volta a ser realizado durante o mês de março, o Wà Coletivo realiza intervenção urbana que homenageia Mestras de Cultura caririenses. Para isso, as integrantes produzem grandes murais em que há técnicas de arte urbana mescladas com o bordado colorido em grandes dimensões.

Atualmente, o coletivo é formado por Cleo do Vale, graduada em Moda, mestra em Gestão Social, doutoranda em Design de Moda e professora da Universidade Federal do Cariri (UFCA); e Mayanna Torres, tatuadora, muralista e graduanda em Design Gráfico pela UFCA. O grupo já chegou a ter 12 mulheres e a espalhar trabalhos por cidades do Brasil, Portugal, Espanha e França, além de participarem de inúmeros eventos.

“O projeto ‘Mestras do Cariri’ nasceu do desejo de homenagear as nossas grandes e sábias artistas, cantoras, compositoras, dançarinas, brincantes e benzedeiras com a realização de murais que mesclam técnicas de arte urbana com o bordado colorido em grandes dimensões”, explica Cleo. Junto às novas obras, um QR Code apresenta ao público conteúdos digitais sobre as mestras e os seus grupos. Nas obras da primeira edição, o direcionamento é para playlists no Spotify com músicas dos grupos.

Na primeira edição foram homenageadas a Mestra Margarida, do Guerreiro Santa Joana d'Arc, com um painel pintado e bordado no Sesc Juazeiro, e a Mestra Zulene Galdino, brincante de pastoril, dança do coco e maneiro-pau, com painel pintado e bordado no Sesc Crato. Agora, Mestra Tatai (in memorian), da Lapinha Santa Clara, no Juazeiro, será homenageada em um muro que deve ser escolhido próximo à praça que tem o nome da Mestra, no bairro Salesiano. No Crato, o mural homenageará a Mestra Edite do Coco Mulheres da Batateira, que existe desde 1979 e foi fundado pela Mestra e outras mulheres do bairro.

Com cerca de 2,30 metros de altura, nos dois primeiros painéis foram utilizados pintura e bordado. Nos dois próximos, além do bordado, será utilizada a técnica do lambe-lambe, que é o papel impresso colado à parede. “Seguimos com novas ideias, sempre criando e também ensinando às outras pessoas a nossa técnica do bordado urbano em oficinas. Pretendemos continuar homenageando nossas outras mestras com o projeto Mestras do Cariri, em breve mais dois painéis estarão prontos! Para vê-los prontos e saber onde estão localizados, para apreciá-los de perto, nos acompanhem pelo instagram @wacoletivo”, finaliza.

Wà Coletivo

O Wà Coletivo foi formado em 2018 por mulheres brasileiras diversas que caminham juntas, ressignificando a prática das técnicas artesanais e ampliando as possibilidades de se fazer arte urbana em um universo protagonizado pelas tintas e pelo masculino. Propõe outros rumos para tais técnicas na contemporaneidade, para que sejam insubmissas e transgressoras, para que se misturem ao discurso engajado politicamente e sejam compreendidas como arte contemporânea no espaço público. Busca interferir na paisagem urbana comunicando em locais tidos como feios e abandonados da cidade para convidar o passante a contemplar e refletir. Espalhou o seu trabalho por cidades do Brasil, Portugal, Espanha e França. Entre outros eventos expôs no #5 Festival Concreto (Fortaleza, CE, 2018), no 70o Salão de Abril (Fortaleza, CE, 2019), no #9 e 10# Festival Guimarães Noc Noc (Guimarães, Portugal, 2019), I Festival Borda (Fortaleza, CE, 2019), na I Bienal Black Brazil Art (SC, PR, RS, 2019), na I Fibra Bienal de Arte Têxtil Contemporânea (RS, 2019) e no Salòn Virtual de Fotografía con Intervención Textil (Argentina, 2021).

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