A vereadora Yanny Brena (PL) deve assumir o comando da Câmara de Juazeiro do Norte, a partir de janeiro de 2023. Atual primeira secretária da Mesa Diretora, Yanny está à frente da única chapa registrada para a disputa que acontece nesta terça-feira (22). Na sessão do dia 15, o atual presidente Darlan Lobo (MDB) chegou a lançar seu nome para a disputa, mas acabou recuando na sessão do dia 17.

Yanny é médica, está em seu primeiro mandato eletivo e tem no irmão, o deputado federal eleito Yury do Paredão (PL), seu conselheiro político. Em 2020, Yanny foi a segunda vereadora mais votada, com 3.956 votos (2,94%), ficando atrás apenas da vereadora Jaqueline Gouveia (MDB), que teve 4.212 votos (3,13%).

Segundo levantamento extraoficial, junto à base eleitoral de Yanny, a vereadora deve alcançar quase que a totalidade dos 21 parlamentares que compõem a Câmara. Com uma articulação que começou ainda em 2021, a vereadora construiu uma base solida, que jamais esteve abaixo de 12 votos. Hoje, a expectativa é que ela receba pelo menos 18 votos.

O processo eleitoral foi cercado de polêmicas, desde a tentativa de antecipação da eleição para o fim de 2021. O projeto chegou a ser aprovado pela Casa, mas acabou barrado, por orientação judicial e após tentativas do atual presidente, Darlan Lobo, que até o último momento defendeu a eleição no mês de dezembro próximo.

Yanny será a segunda mulher a presidir o Legislativo juazeirense e comandar a Casa até dezembro de 2024. A primeira mulher foi Solange Cruz, que presidiu a Casa no biênio 1995/1996. A chapa de Yanny é composta pelos vereadores Raimundo Júnior (1º vice), William Basílio (2º vice), Adauto Araújo (1º secretario), Claudionor Mota (2º secretário) e Lucas do Horto (3º secretário).

Tensão pré-eleitoral

O atual presidente Darlan Lobo acabou desistindo da reeleição, mas usou a tática do “cair atirando”, para abandonar a disputa. Durante a sessão do 17, Darlan avaliou que a vereadora Yanny não terá pulso para comandar a Casa e que o comando da Mesa será dos vereadores Adauto Araújo e Raimundo Júnior.

Darlan acusou vereadores de traição e disse que o anúncio da sua candidatura foi apenas para provar que alguns colegas queriam usá-lo para barganhar. Segundo ele, os mesmos que estavam incentivando sua candidatura, apareceram ao lado de Yanny e Yury, um dia depois de garantir voto e apoio a sua candidatura.

Durante a discussão, Yanny pediu uma auditoria nas contas da Casa para os últimos quatro anos. Darlan reagiu dizendo que, se fosse encontrada alguma corrupção, Yanny também sofreria as consequências, por ser a primeira secretária da Mesa. Visivelmente transtornado, Darlan acusou Yury do Paredão de lhe propor corromper em licitações da Câmara. Segundo Darlan, o fato de não ter aceitado, teria gerado a raiva de Yury contra ele.

Darlan foi além e acusou Yury de tramar a queda do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), através do pagamento de uma banca de advogados. Em 2021, o caso foi denunciado à Polícia Civil pelo prefeito Glêdson, após o vazamento de uma série de gravações que envolvem Darlan e Yury.

Nas redes sociais, Yury não respondeu sobre a acusação de tramar a queda de Glêdson, mas disse a Darlan que jamais foi afastado de qualquer função público por denúncias de corrupção e que ele não poderia dizer o mesmo.