Jornal do Cariri
Ceará: Aqui não daremos espaço para violência contra mulheres
Em artigo publicado no Jornal do Cariri, vice-governadora fala sobre enfrentamento à violência contra a mulher
Foto: Reprodução Instagram/ 8mcariri
Jade Romero – Vice-Governadora do Ceará
08/03/23 8:30

A violência contra mulheres é uma realidade que precisamos nomear e enfrentar. Mas deixo claro a todas e todos, no Ceará não daremos espaço para a violência contra mulheres, e nem descanso para agressores. Enfrentaremos o machismo cotidianamente, para impedir casos como os que marcaram o início deste ano.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública publicou uma nova edição da pesquisa sobre a vitimização das mulheres no Brasil, que aponta uma verdadeira epidemia da violência de gênero. A pesquisa diz que 33,4% das mulheres brasileiras, com 16 anos ou mais, sofre- ram violência física ou sexual por parceiros e ex-parceiros. Assustadoramente, o levantamento revela que, pela primeira vez, o ex-parceiro aparece como principal agressor: em 31,3% das vezes foi o ex quem cometeu a violência. São homens que têm sua masculinidade ofendida com a rejeição pela mulher. É o sentimento de poder sobre o corpo, sobre a vida. O caso extremo dessa violência é justamente a morte de nós, mulheres.

Aqui no Ceará, temos avançado na política para mu- lheres, principalmente, com a construção das Casas da Mulher Cearense. A exemplo da Casa da Mulher Brasileira, cujo funcionamento aqui no Ceará é uma referência no País, o Governo do Estado construiu três Casas da Mulher Cearense. A primeira delas, justamente no Cariri, região que tem sido marcada por casos de feminicídio.

Até agora, em um ano de funcionamento, já foram mais de 3.500 mulheres atendidas na unidade de Juazeiro, mas sabemos que há muitas outras mulheres que não chegam a procurar a Casa. O governador Elmano de Freitas já manifestou o interesse em chegar a 10 casas no Estado. Com elas, encorajamos as mulheres a denunciar. O levantamento do Fórum de Segurança nos diz que 45% das mulheres que sofreram violência não fizeram nada, mesmo após o episódio mais grave sofrido. Apenas 14% delas denunciaram em uma delegacia da mulher.

Esse silêncio reflete medo do agressor, medo do julgamento que possa vir, vergonha, descrença nas instituições e tantas outras coisas. Acreditamos que o atendimento humanizado e acolhedor das Casas seja capaz de mudar esse número. Trazer as mulheres até a Casa, logo após o primeiro episódio de violência é nosso objetivo. Mas não é o único. Queremos mostrar a cada mulher cearense que ela não precisa viver um ciclo de violência. Queremos oferecer segurança. Queremos estimular o respeito a cada uma de nós, mulheres. Respeito em casa, respeito nas ruas, respeito no trabalho. Parece óbvio dizer, mas a morte ameaça todas nossas conquistas e lutas.

Para construirmos essa sociedade com igualdade de direitos e oportunidades, precisamos estar vivas. E estaremos. À frente da Secretaria das Mulheres, me comprometo com essa luta, me solidarizo com cada mulher e com cada familiar dessas mulheres que tiveram suas histórias interrompidas pelo machismo. Estamos juntas e vamos construir um Ceará mais seguro para vivermos.

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