Cariri teve maior número de afogamentos em 2024
O primeiro semestre de 2024 foi de aumento no número de afogamentos
Foto: Alex Mendes.
Regy Santos
30/07/24 15:00

O dia 25 de julho é o dia mundial de prevenção ao afogamento. No Ceará, o Corpo de Bombeiros Militar recebe inúmeros chamados sobre esse tipo de ocorrência. No primeiro semestre de 2024, o CBMCE realizou 278 salvamentos de banhistas em todo o Estado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 70% dos afogamentos acontecem em mananciais de água doce. A estatística é confirmada por números da região do Cariri, que representa a maior parte dessas ocorrências, que acontecem principalmente na zona rural.

Ainda segundo a Sobrasa, a cada uma hora e meia, um brasileiro morre afogado, e quatro crianças morrem por dia, pelo mesmo motivo. "A divulgação dos números causa impacto, mas é necessária", é o que afirma o capitão do BM, Josiel Bezerra, mergulhador de resgate no Cariri. “É para a gente ter noção da dimensão. É uma ocorrência, na maioria das vezes, evitável, mas que ainda tem muita incidência no Brasil”, explica o Capitão Josiel.

O primeiro semestre de 2024 foi de aumento no número de afogamentos, em relação aos números de todo o ano de 2023, no Cariri. Os dados são do sistema do controle operacional diário da Ciops e do Corpo de Bombeiros. Em 2023, os agentes de salvamento atenderam seis ocorrências de afogamento. Já no primeiro semestre de 2024, foram registrados 11 casos.  Uma das primeiras ocorrências deste ano, foi o caso do casal que teve o carro arrastado em uma passagem molhada no município de Jardim, em 18 de fevereiro. Já o último, foi um corpo de uma mulher, encontrado na lagoa do Parque Ecológico das Timbaúbas, em Juazeiro do Norte, em 5 de julho. 

Com o objetivo de aprimorar os trabalhos do Corpo de Bombeiros, Juazeiro do Norte foi uma das cidades contempladas com novos equipamentos, como viaturas e material de salvamento aquático. Além disso, a cidade caririense ganhou um novo mergulhador, especialista em salvamento.

Para o comandante Josiel, é importante a presença de profissionais em loco, para realizar a prevenção. Mas, ele lembra que a região não tem um grande local de banho público, que justifique a presença de tantos bombeiros. Diferente da capital, que tem a presença do profissional que orienta os banhistas. “Eu acredito que é por isso que, no interior, se concentra a maioria de ocorrências de afogamento, porque são diversos locais de banho, vários açudes, tanto que a quantidade das nossas ocorrências aqui é muito grande, praticamente em todos os municípios, sítios e lugares afastados”, explica.

O profissional de mergulho chama a atenção do banhista sobre os perigos de atravessar passagens molhadas, açudes e outros reservatórios. “Então, onde tem um manancial há um grande risco de afogamento e a população precisa ficar atenta”, finaliza o Comandante do Corpo de Bombeiros.

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