Jornal do Cariri
Cariri registra um crime sexual a cada dois dias
Uma pessoa é violentada sexualmente a cada dois dias no Cariri
Foto: Prefeitura de Maringá/ Divulgação
Robson Roque
05/04/22 14:00

Uma pessoa é sexualmente violentada a cada dois dias no Cariri. Entre os dias 1º e 31 de março de 2022, 35 crimes sexuais foram cometidos na região. Os dados foram coletados pelo Jornal do Cariri, junto à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). As mulheres são o principal perfil de vítimas, em 71% das ocorrências, enquanto os homens representam 28% - um caso não teve o gênero identificado. Mais da metade (52%) dos crimes sexuais foram cometidos aos finais de semana, sendo o sábado o dia em que mais acontecem os delitos, com mais de 38% das ocorrências contabilizadas neste dia da semana.

Com relação ao período do dia, manhã (13 crimes) e tarde (8) reúnem a maior quantidade de registros, com 21 vítimas, enquanto noite (7) e madrugada (9) somam 16 casos. Em nota enviada ao Jornal do Cariri, a SSPDS destacou que a região do Cariri “registrou uma queda de 39,7% no número de crimes sexuais no primeiro bimestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano passado”. Ao todo, as 29 cidades caririenses contabilizaram 274 ocorrências como esta. Coordenador da Patrulha Maria da Penha em Juazeiro do Norte, Fernando Félix destaca que os crimes sexuais são uma das práticas que o órgão de defesa social atende na maior cidade do Cariri.

“São os crimes mais abomináveis, porque ele mexe com a dignidade, o psicológico e a moral da mulher”, avalia Fernando. Ele ainda acredita que, devido a essas consequências, muitas mulheres sentem receio de denunciar os agressores. “Esse tipo de crime é um crime que, muita das vezes, é sutil, que acontece entre quatro paredes e que a mulher, muitas vezes, não tem a coragem suficiente de denunciar”, diz ele sobre o contexto doméstico tipificado pela Lei Maria da Penha.

Recentemente instalada em Crato, a Patrulha Maria da Penha tem sido acionada para casos de violência doméstica e não recebeu solicitação para crimes sexuais. Entretanto, o secretário de Segurança Pública cratense, coronel Jarbas Freira, intensifica as ações para reforçar os atendimentos desenvolvidos pela Patrulha. “Tem sido um equipamento muito importante para complementar o sistema de proteção à mulher vítima da violência. Por isso que nós queremos que ele se aperfeiçoe cada dia mais, e já estamos, inclusive, projetando um novo treinamento de novos agentes da segurança pública municipal, para fazerem parte dessa equipe que forma a Patrulha Maria da Penha”, detalha o coronel.

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