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Cariri registra pior semana em mortes por covid de 2022
Número de mortes cresceu progressivamente a cada semana desde dezembro
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Robson Roque
08/02/22 0:00

Na última semana, o Brasil bateu um novo recorde com o registro de 298.404 casos positivos para a covid-19. No mesmo dia, 1.041 pessoas morreram em decorrência de complicações da doença no país. Dados da plataforma IntegraSUS, do Governo do Ceará, demonstram que janeiro de 2022 foi o mês com o maior número de pessoas infectadas no Estado, desde o início da pandemia, em março de 2020. O cenário é igualmente preocupante no Cariri. A região voltou a contabilizar a marca de mais de 400 casos confirmados de covid-19 por dia, nas últimas três semanas epidemiológicas de janeiro de 2022. Somente no mês de janeiro, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Município, Juazeiro do Norte registrou 6.893 novos casos da doença.

Desde o começo da crise sanitária e de saúde, o Cariri soma 180.179 casos e 3.309 mortes. Somente em janeiro, 14.540 pessoas receberam diagnóstico positivo, enquanto outras 65 morreram em decorrência da doença. Quase quatro mil casos estão em investigação atualmente. Com o crescimento, as médias móveis de confirmações e óbitos igualmente subiram. Foi registrada uma média de 439 casos por dia na semana epidemiológica entre 8 a 14 de janeiro. Na semana seguinte, a média diária foi ainda maior, com 627 pessoas recebendo diagnóstico positivo para a infecção causada pelo novo coronavírus. Os casos caíram na última semana epidemiológica de janeiro, entre os dias 22 e 28, mas ainda assim mantiveram o patamar, com 490 registros da doença. Na semana epidemiológica mais recente, de 28 de janeiro a 04 de fevereiro, a média móvel caiu para 238 casos por dia. Por outro lado, a taxa de mortes aumentou para mais de quatro óbitos por dia, totalizando 34 mortes nos sete dias analisados.

O quantitativo de pessoas que perderam as vidas por complicações da covid-19 também tem crescido em janeiro, com um total de 43 mortes, mais do que o dobro de 20 mortes registradas em dezembro de 2021: foram cinco óbitos na primeira semana de janeiro, 10 em cada uma das duas semanas seguintes e 18 na última semana epidemiológica do mês passado, o que revela um crescimento progressivo das mortes na região. Na semana passada, chamou atenção a morte de uma criança de apenas dois anos, sem comorbidades, notificada na quarta-feira (2) pela Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro. 

O crescimento de casos é acompanhado pelo gradativo aumento dos leitos de enfermaria e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na região. Na semana passada, a taxa média de ocupação das UTIs no Cariri foi de 54,33%, enquanto a taxa dos leitos de enfermaria foi de 28%. Os percentuais, contudo, registram queda se comparados com as taxas da semana anterior, que eram de 68% para as UTIs e 33,9% no caso das enfermarias. 

A situação pode ser ainda mais grave, diante da disparidade entre os casos divulgados pela plataforma IntegraSUS, do Governo do Estado, e as estatísticas fornecidas pelas secretarias municipais de Saúde. Por exemplo, enquanto o IntegraSUS apresenta 717 casos da doença em Juazeiro do Norte, no mês de janeiro, o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado diariamente pelo órgão, contabiliza 6.893 pessoas infectadas no primeiro mês do ano.

Vacina reduz mortes

Infectologista do Hospital São José, do Governo do Ceará, a médica Melissa Madeiros alerta para a importância da vacinação para a redução de casos graves e, como consequência, de mortes por complicações da covid-19. A profissional também relata que o perfil de pacientes com o quadro de saúde agravado está relacionado a uma menor resposta imunológica aos imunizantes e àqueles que não foram imunizados. “Há muitos idosos internados e sabemos que esse grupo populacional tem resposta vacinal menor. A dose de reforço oferece uma proteção maior, então deve ser tomada com prioridade neste público, assim como em quem tem comorbidades. Também observamos pessoas não vacinadas entre os casos graves”, explica a médica.

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