Jornal do Cariri
Cariri em alerta contra surto de gripe
Hospital Regional do Cariri foi reservado como unidade de referência de casos na região
Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil
Robson Roque
28/12/21 8:00

Comum no Brasil durante o outono e o inverno, o crescimento de casos de gripe surpreende especialistas devido a uma epidemia em plena primavera, com sinais de continuidade no verão, iniciado na terça-feira (21). No Ceará, foram registrados 18 casos apenas em dezembro. Diante desta situação, a secretaria estadual de Saúde (Sesa) emitiu um alerta para os profissionais de saúde e a população. Aos primeiros, foram dadas orientações para identificação e notificação de quadros clínicos, enquanto ao segundo grupo uma série de recomendações foi fornecida para evitar o contágio em meio à pandemia de covid-19.

No Brasil, foram registrados mais de 1,6 milhão de casos entre janeiro e novembro. Já o Ceará, contabiliza 67.762 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no mesmo período. Destes, 49.932 (73,7%) já foram investigados e 17.830 (26,3%) estão sob investigação. Dentre os já investigados, 39.199 (78,3%) deram positivo para a covid-19, 10.484 (21,0%) sem causa específica, 247 (0,5%) outros vírus respiratórios e três foram casos confirmados de Influenza.

A epidemia de vírus gripais pode ser explicada pela baixa cobertura vacinal. No caso cearense, a campanha de vacinação contra a Influenza teve o menor índice de aplicação de doses dos últimos 23 anos. Das 3.267.990 doses distribuídas em 2021, 2.631.962 (76,28%) foram administradas. Até então, os menores percentuais tinham sido registrados nas campanhas de vacinação dos anos 2000 e 2010, com 80% e 82%, respectivamente.

Coordenador do grupo que monitora dados sobre Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na Fundação Oswaldo Cruz, Marcelo Gomes enfatiza que as causas da epidemia são variadas e relacionadas à pandemia de covid-19. Ele explica que o distanciamento social e a adoção de outras medidas para conter o coronavírus fez com que outros casos de síndrome respiratória praticamente desaparecessem. “Não tivemos a exposição natural, e isso nos deixa mais suscetíveis. Isso foi bom, porque teríamos tido, junto com a covid, as internações por influenza, e isso teria sido muito pior do que já foi, mas tem esse saldo negativo”, destaca o pesquisador.

No último dia 16, a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) emitiu um comunicado para todos os profissionais de saúde do Estado “para que se mantenham alertas para a identificação precoce de casos de Síndrome Gripal em pacientes pertencentes a grupos de risco”. Ainda segundo a secretaria, a atuação vigilante deve ser tomada “a fim de prevenir a evolução para a gravidade e enfatizar medidas de controle e prevenção de novos casos”, de modo a evitar surtos causados por Influenza ou outros vírus respiratórios.

A população também deve ficar atenta para a adoção de medidas preventivas. As mais indicadas são lavar as mãos, punhos, unhas e espaços entre os dedos com água e sabão com frequência ou uso de álcool em gel. Também deve-se evitar levar a mão ao rosto, além de utilizar máscaras descartáveis; manter os ambientes ventilados e evitar aglomerações. A secretaria ainda sinalizou o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, como unidade de referência para os casos de síndrome gripal na Regional de Saúde do Cariri. Esta compreende os 29 municípios caririenses e 16 cidades do Centro-Sul do Ceará.

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