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Isolamento aéreo ameaça economia e turismo no Cariri
Conexão entre o Cariri, Fortaleza e Recife está ameaçada
Foto: Azul Linhas Aéreas
Robson Roque
21/01/25 0:00

Aregião do Cariri volta a enfrentar crise no setor aéreo. A partir de março, a Azul Linhas Aéreas deixará de operar voos diretos entre o Aeroporto Regional Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte, e os terminais de Fortaleza e Recife. Além de serem duas das principais capitais do Nordeste, elas são cidades com as quais a região mantém laços históricos, com voos entre Juazeiro e Recife feitos há mais de 50 anos - sendo os últimos 18 anos ininterruptamente. A perda de voos para esses destinos ainda impacta a conexão do Cariri com dois pontos estratégicos para voos nacionais e internacionais.

O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), disse ao Jornal do Cariri, ter sido pego de surpresa com a informação. No entanto, ele prometeu “buscar apoio de todas as lideranças políticas que têm identificação com a nossa região”, na tentativa de reverter à situação e encontrar alternativas. Glêdson pretende mobilizar prefeitos caririenses e deputados estaduais e federais. O gestor também revelou ter solicitado uma reunião presencial com o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), “a respeito dos interesses de Juazeiro do Norte e, certamente, esse assunto é um de grande destaque na pauta”.

O prefeito avalia o impacto da desconexão aérea como “algo inimaginável do tamanho do prejuízo que Juazeiro vai ter”. Ele ressalta a expansão recente do turismo religioso, já que a região convive com a expectativa de beatificação do Padre Cícero. “Juazeiro está vivendo uma romaria a céu aberto, em que o perfil das pessoas que vêm aqui ao município não são mais aquelas pessoas que vinham de pau de arara”, ressalta.

O isolamento provocado pela perda da ligação direta com Fortaleza e Recife impactará toda a rede hoteleira, de pousadas aos principais hotéis instalados no município. “Então, nós temos um público muito diversificado não só para as romarias, como para o desenvolvimento do comércio, da indústria, da agricultura, da agropecuária de toda a região do Cariri, que ficam sobejamente prejudicados”, analisa Glêdson.

O prefeito acrescenta, ainda, o polo acadêmico em que Juazeiro tem se transformado. “Essa dificuldade é um atraso que não conseguimos calcular o precedente para a cidade de Juazeiro do Norte. Vamos pedir a ajuda de todos os órgãos, desde essa mobilização em nível regional, como através da Aprece e buscar apoio do Governo Federal, dos deputados votados aqui na nossa região”, conclui o prefeito de Juazeiro. O cenário reflete desafios enfrentados pela Azul, que passa por reestruturação financeira e escassez de aeronaves ATR-72, essenciais para rotas regionais.

Essa decisão também afeta outros estados nordestinos, como Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. Gol e Latam já haviam tomado medida semelhante, mantendo apenas conexão entre Juazeiro do Norte e Campinas, com conexões em Guarulhos, ambas em São Paulo. A mudança foi confirmada pela Azul Linhas Aéreas, em nota ao Jornal do Cariri, “como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”.

A partir do dia 10 de março, a companhia vai ampliar de quatro para sete o número de voos de Juazeiro com destino ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). “A companhia destaca que esta mudança faz parte do planejamento operacional, e que os Clientes impactados estão sendo informados devidamente e recebendo a assistência necessária”, informa a Azul.

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