A atuação de facções criminosas em Juazeiro do Norte pautou os discursos dos vereadores na Câmara Municipal, em meio à repercussão do triplo homicídio que vitimou uma mulher e duas crianças no bairro Timbaúbas, no último dia 19. Para os parlamentares, a situação expõe a fragilidade da segurança pública no município e o medo crescente da população diante da violência.

O vereador Lukão (PSDB) foi um dos mais duros nas críticas. “O estado do Ceará está entregue às facções. Não podemos permitir que uma coisa dessas continue acontecendo”, afirmou. Na opinião dele, a cidade caminha para ser dominada territorialmente por facções criminosas.

O parlamentar citou casos recentes de ameaças a moradores e criticou a atuação do Judiciário. “Um dos cinco presos que participaram dessa chacina é tornozelado, uma pessoa que já cometeu vários crimes. Nem assim, foi impedido de praticar mais um crime. A polícia só enxuga gelo”, considerou. 

Outros parlamentares reforçaram a cobrança por medidas mais duras. Boaz das Rotatórias (PL) defendeu que facções sejam classificadas como grupos terroristas e defendeu atuação mais enérgica das forças de segurança. Pergentina Jardim (Podemos) destacou o impacto direto da insegurança na vida cotidiana das mulheres. “Quando vamos transitar para pequenos serviços habituais, como ir ao mercado, mercearia ou igreja, o traslado se torna cada vez mais inseguro. A vulnerabilidade só aumenta”, alertou.

O debate na Câmara foi motivado pela chacina registrada no bairro Timbaúbas. Uma mulher de 27 anos e duas crianças, de 10 e 13 anos, foram mortas a tiros. Um adolescente de 17 anos também foi baleado e segue internado. Até mesmo um cachorro de estimação foi morto por disparos.

As investigações apontam que a disputa de território para o tráfico de drogas é a principal motivação para o crime. Ao todo, oito pessoas foram presas, suspeitas de envolvimento na chacina ou por integrar facção criminosa. Drogas, armas e veículos foram apreendidos.