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Câmara de Juazeiro aprova 42 cargos para fantasmas da rachadinha
PL aumenta gastos com assessorias em R$ 126 mil mensais e R$ 1,5 milhão anualmente
Foto: Reprodução
Robson Roque
28/12/21 0:00

A última sessão de 2021, na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, foi marcada pelo enxugamento da pauta com a votação de diversos projetos. Uma das propostas gerou polêmica, mesmo antes de ser votada. A iniciativa da Mesa Diretora, aprovada por 13 votos favoráveis, um contrário e três abstenções, permitiu a criação de dois novos cargos para cada parlamentar, totalizando 42 que se somam aos 126 já existentes. Os novos cargos terão remuneração entre R$ 2,5 mil e R$ 3,5 mil. Com isso, a despesa mensal da Câmara aumenta em R$ 126 mil, totalizando R$ 1,5 milhão anualmente. O montante contraria a política de austeridade criada pelos dois últimos presidentes da Câmara, Glêdson Bezerra e Darlan Lobo, que consistia na redução de gastos, inclusive com devolução de dinheiro para o Município.

O presidente da Câmara, William Basílio (Bilinha, do PMN), justificou a criação dos cargos como necessidade para ocupação dos gabinetes dos vereadores na nova sede do Legislativo. Ele também nega ter criado o projeto, afirmando que a proposta já estava em tramitação e apenas a colocou para discussão e votação. “Fiquem certos de que, enquanto eu estiver aqui, iremos colocar todo projeto que for, polêmico ou não. Para mim, todo projeto é igual, e eu irei colocar em votação, doa em quem doer. Cada um vote de acordo com sua consciência. Não vou ter medo de colocar projeto nenhum em votação”, disse o presidente aos demais vereadores.

Apenas a vereadora Jacqueline Gouveia (Republicanos) votou contra a criação dos cargos, mesmo sendo favorável. Ao se justificar, a parlamentar criticou os três vereadores que se abstiveram do voto - Rafael Cearense (Podemos), Márcio Jóias (PTB) e Fábio do Gás (Rede). “Não vou me abster, porque eu acho que se abster de um projeto desse é estar sendo, realmente, favorável e com medo de votar a favor”. O voto contrário e as três abstenções foram pautadas pela maneira como o projeto foi colocado em votação. “O projeto é bom para o vereador, favorece e tudo. Mas, da forma que está sendo equivocado o repasse de informações para a população, nesse momento, voto contrária ao projeto”, argumentou Jacqueline.

Fábio do Gás e Márcio Jóias fundamentaram as abstenções na ausência de repasse do projeto aos vereadores. “Eu não tive acesso ao projeto, desconheço o projeto e não tenho propriedade para votar a favor ou contra, não conheço o impacto financeiro e, diante dessa situação, para não ser irresponsável, vou me abster do meu voto”, justificou Fábio do Gás. Márcio Jóias questionou o setor da Câmara sobre o estudo do impacto financeiro que a medida traria para a Casa, feito pelo chefe do Departamento de Recursos Humanos, Vandir Lima. “Só foi ele quem fez? Mais ninguém? Não foi feita nenhuma reunião entre os vereadores? Porque eu não sei desse projeto, não foi passado nada para mim. Não chegou [nada] ao meu conhecimento”.

Líder do prefeito Glêdson Bezerra na Câmara, o vereador Rafael Cearense comentou que a medida abre precedente para que servidores do Município exijam reajuste salarial em meio, por exemplo, a uma greve anunciada por servidores da Saúde. “Não sou contra o projeto de forma alguma. Porém, existe um aumento de valor em alguns cargos, não que esses funcionários não mereçam. Agora, dando esse aumento, abrimos um precedente muito grande para a população todinha, que não teve aumento nesse momento”. Votaram a favor, os vereadores Adauto Araújo (PTB), Rosane Macedo (Cidadania), Cicinho Cabeleireiro (PSD), Raimundo Júnior (MDB), Lucas do Horto (MDB), Romão França (PTB), Janu (Republicanos), Jesualdo Duarte (PSDB), Sargento Nivaldo (PTB), David Araujo (PTB), Ivanildo Roseno (DC), Claudionor Mota (PMN) e Yanny Brena (PL).

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