Jornal do Cariri
Cadeia Pública do Crato integra 100% das internas em projetos
Atualmente, 100 mulheres estão reclusas no estabelecimento
Foto: Secretaria da Administração Penitenciária
Joaquim Júnior
22/03/22 10:30

Inaugurada há quase dez anos, a Cadeia Pública do Crato iniciou os trabalhos atendendo a um público misto. Com o processo de otimização do Sistema Penal Cearense, no ano de 2019, o equipamento foi transformado em uma unidade prisional feminina, destinada à custódia de mulheres em cumprimento de pena em regime fechado ou sob custódia provisória. Atualmente, 100 mulheres estão reclusas no estabelecimento, que tem capacidade de atender até 140. Todas elas estão engajadas em programas de ressocialização – fato que alcança uma meta histórica.

“Asseguramos que não foi fácil atingir este patamar. Porém, o resultado é reflexo da continuidade de um trabalho que vem sendo desenvolvido em nosso Sistema Penitenciário Cearense, visto que acreditamos na mudança e na ressocialização dos nossos internos/as”, afirma Ecirleide Maia, diretora da Cadeia Pública do Crato. Ela destaca que todo tempo de trabalho, estudo e leitura é computado no prontuário da interna e enviado para o Judiciário, por meio do instrumento denominado “Certidão Carcerária”. Lá, as informações sobre as atividades desenvolvidas são compiladas, o que pode contribuir para a redução da pena. “Por fim, é gratificante ver o empenho de cada mulher que se encontra aqui, presa, em participar de nossas ações, partindo do pressuposto que, antes, não havia esse engajamento. Ver o quanto estas mulheres estão evoluindo no conhecimento e comportamento faz-nos acreditar que pode haver, sim, a reintegração social de forma dinâmica”, enfatiza.

Atualmente, todas as internas do local participam de atividades voltadas para a educação. São duas turmas do Ensino Fundamental II; uma turma do Ensino Médio; duas da Alfabetização “Letramento”. Além disso, elas participam do Projeto Livro Aberto, em que há remição de quatro dias de pena após a leitura de uma obra literária. Elas ainda participam de processos avaliativos como o Enceja e o Enem; da Oficina de Artesanato/Crochê, em parceria com o Senai, que ofertou o curso de Corte e Costura para 40 internas, certificando-as; cultivam horta; e também trabalham na limpeza e manutenção da unidade.

Os números sobre empregabilidade após a saída das internas ainda estão em projeção, Segundo Ecirleide Maia, a população tem apresentado maior aceitabilidade dessas pessoas que progridem de regime e as mudanças e as qualificações dos/as internos/as estão sendo inseridas na sociedade de forma positiva. A diretora vê como importante a oferta do estudo e da qualificação profissional das pessoas que se encontram recolhidas nas unidades prisionais, por meio dos recursos como um mecanismo de ressocialização para que voltem à sociedade após o cumprimento da pena e se restabeleçam nos âmbitos familiar e social. “No contexto geral, todo este trabalho que aqui é desenvolvido só é possível porque os policiais penais, o corpo administrativo, o setor psicossocial e o setor de saúde da Cadeia Pública de Crato acreditam no que fazem. Sou muito grata à minha equipe e à gestão da Secretaria da Administração Penitenciária”, finaliza.

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