Ateliês criativos integrarão roteiro turístico de Barbalha
Artesãos de Barbalha receberão ateliês para incentivo ao desenvolvimento regional sustentável
Foto: Associação dos Moradores do Caldas
Joaquim Júnior
11/05/21 11:00

Através das mãos de mulheres e homens do distrito do Caldas, em Barbalha, tem origem a fonte de renda de dezenas de famílias locais. E é das mãos deles que produtos como artesanato, além de hortaliças e óleos essenciais, serão comercializados em Ateliês Criativos que serão construídos na comunidade. A intenção é que, por meio destes equipamentos, que devem ser integrados em novo roteiro turístico, o desenvolvimento regional sustentável e o setor de turismo ganhem fôlego e rendam bons frutos.

Ricardo Mariano, presidente da Associação dos Moradores do Distrito do Caldas, conta que a ideia nasceu há pelo menos 30 anos, como sonho de ver o desenvolvimento do pé de serra e de sua gente. Com a troca de saberes e conversas entre moradores e visitantes, o projeto começou a ganhar forma. No processo, o presidente aponta alguns conceitos em que se baseiam: cooperação, com todas e todos produzindo e obtendo o devido retorno; solidariedade, com as mãos dadas, empoderamento e liberdades; autogestão, com capacidade de criar, levar e trazer conhecimentos; e viabilidade econômica, usando a diversidade.

Neste momento, o projeto arquitetônico e estrutural está sendo elaborado. As próximas etapas incluem ampliar parcerias, identificar os materiais que serão utilizados para a construção física e a infraestrutura do entorno, realizar capacitações nos variados setores de atuação e formalizar o roteiro turístico. “Esperamos que no prazo de um ano, tudo esteja funcionando”, comenta Ricardo.

Inicialmente, serão três ateliês: Francisca Pinheiro, conhecida como dona Dilma; Maria Simone, do Sítio Formiga; e Cícero Cristiano, do Sítio Boa Esperança. Além destes, ao menos outros oito ateliês serão projetados. Maria Florentina, a dona Maroca do Sítio Macaúba, será uma das próximas contempladas. “Os ateliês farão parte do roteiro Cariri. Não tenho dúvidas, irá contribuir e será recompensado através da valorização dos saberes do nosso Povo. As comunidades serão a mola propulsora desta iniciativa, já que juntos iremos construir os ateliês. Produziremos o artesanato, tocaremos as hortas como iniciativa familiar; os insumos virão da terra, a que pertenceram aos nossos antepassados e será dada continuidade a este ciclo virtuoso”, enfatiza Ricardo.

Para o projeto, a Universidade Regional do Cariri (Urca) e o Geopark Araripe entram como entidades parceiras. A coordenadora de Desenvolvimento Sustentável e Geoturismo do Geopark Araripe, professora Jeanne Sidrim, conta que há um tempo estão trabalhando em projeto de desenvolvimento de Geoprodutos, que incluem artesanatos, comidas e souvenires que contem a história do território. “Nesta busca por identificar os geoprodutores de cada comunidade no entorno geográfico dos geossítios, surgiu a ideia de termos ateliês que possam estar na própria comunidade e serem visitados pelos turistas, serem parte do roteiro”, explica. Como conta a coordenadora, já foram identificados potenciais terrenos para dez ateliês. Em três destes, as medidas foram tiradas e se discutiu o que será feito, como os artesãos imaginam o ateliê etc. Atualmente, um engenheiro e um arquiteto, professores da Urca, estão realizando o projeto. Na sequência, os idealizadores buscarão financiamento com empresários locais. “A comunidade terá pontos de vendas em locais que estarão dentro do roteiro turístico da região, que colocarão à disposição do turista os produtos que a comunidade faz, produz. Esperamos conseguir, desta forma, alimentar o empreendedorismo social e a economia criativa nestas comunidades, gerando emprego e renda”, conclui Jeanne.

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