Aprece orienta confecção de planos municipais para vacina
Cada município deve fazer estimativa da quantidade de pessoas, por grupos prioritários, em cada fase da vacinação
Imunização deve ser oferecida por públicos prioritários. Foto: Divulgação
Robson Roque e Joaquim Júnior
15/12/20 8:30

A Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMS) recomendam que os municípios cearenses apresentem, individualmente e o mais breve possível, o Plano de Operacionalização para Vacinação contra a Covid-19. Com isso, cada município, utilizando informações próprias ou disponibilizadas pelo IBGE, fará a estimativa da quantidade de pessoas, por grupos prioritários, em cada fase da vacinação. O objetivo é reforçar a estrutura necessária para a logística de transporte, armazenamento e distribuição dos imunizantes nos municípios cearenses.

De acordo com o documento encaminhado pela Aprece aos municípios, as secretarias de Saúde seguirão a definição de grupos prioritários da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que será baseada em critérios epidemiológicos, características da vacina e identificação da população com maior risco de contrair a doença e de apresentar complicações e óbito. O Plano de Contingência contra a Covid-19 do Ceará faz referência ao esquema nacional, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Apesar de ainda não ter data definida, o Ministério da Saúde pretende que, até o mês de março, comece a distribuição da vacina de Oxford e do Laboratório AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela FioCruz. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), viajou para Brasília e São Paulo para tratar da aquisição de imunizantes para o Ceará. Em suas redes sociais, nesta segunda-feira (14), Camilo informou que se reuniu com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar de demandas do Ceará, principalmente sobre a vacina da covid-19. Na reunião, o ministro informou que lançará esta semana, oficialmente, o Plano Nacional de Imunização e vai apresentar a articulação que o Ministério tem feito junto aos laboratórios. Em seguida, fará encontros regionais sobre a logística de vacinação nos estados.

Além da vacina de Oxford, Camilo não descarta o uso da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantan, um dos principais fornecedores de vacina para o Ministério da Saúde, e da vacina da Pfizer. O secretário estadual da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, afirmou que o Estado tem "planos diferenciados para os tipos de vacinas diferenciadas". Cada imunizante tem um plano próprio de uso, que considera fatores como a forma de transporte, armazenamento e o intervalo entre as doses.

Cícero Inácio, médico e imunologista, conta que o Programa Nacional de Imunização é de competência do Governo Federal e que, para quaisquer biológicos ou vacinas serem aprovados no país, é preciso pedir, solicitar e ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir daí é que o Ministério da Saúde pode iniciar venda e distribuição. Em relação aos laboratórios que estão na corrida para a vacina, ele conta que, até o momento, apenas a vacina da universidade de Oxford e da Astrazeneca terminou o estágio 3, com eficácia em torno de 70% - algo que ele considera plausível e verdadeiro, mas que ainda não possui solicitação de registro na Anvisa. “O programa nacional de imunização no Brasil é referência mundial em questões de vacinação. Creio eu que vai seguir também o mesmo protocolo”, relata Cícero Inácio, ao dizer que, inicialmente, é possível que as vacinas estejam disponíveis somente na rede pública.

Grupos prioritários

De acordo com o Plano de Imunização elaborado pelo Governo do Ceará, a vacina será aplicada primeiramente no grupo prioritário, que inclui idosos a partir de 75 anos; pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como abrigos e instituições psiquiátricas; e população indígena. Esta população é superior a 1,7 milhão de cearenses. Enquanto isso, os prefeitos também sinalizam ações voltadas ao tema. Único prefeito reeleito no Crajubar, Zé Aílton Brasil (PT), que entrará no segundo mandato, revelou aguardar o calendário de vacinação a ser feito pelo Estado. A medida terá sequência no município, assim como deve ser feito entre os novos gestores. Zé Aílton informou que o Município ainda tem dinheiro de verba do Governo Federal para usar na pandemia e, assim, direcionar o recurso para a imunização da população cratense.

Enquanto a vacina não vem

Médicas que atuam em Juazeiro do Norte, Kaline Cristh e Kellen Nobre sugerem medidas mais restritivas para a contenção do novo coronavírus. Para Kellen Nobre, a principal ação a ser tomada é a de evitar aglomerações em festas de final de ano, além de continuar o uso de máscaras, a higiene das mãos e outras medidas de proteção individual. “Em resumo, devemos lembrar que a pandemia não acabou e aglomerações devem ser evitadas”, diz. Por sua vez, Kaline Crist diz que já vivemos, no Cariri, uma segunda onda de novos casos da covid-19, provocados principalmente pelas eleições municipais. Ela sugere a adoção de medidas restritivas, como a proibição de eventos passíveis de aglomeração, além de incentivar o uso de máscara e a manutenção de uma higiene pessoal e de ambientes aos quais frequentamos.

Decreto do Estado As sugestões das médicas são contempladas em decreto especial de fim de ano, editado pelo Governo do Ceará na sexta-feira (11). A iniciativa torna mais rígido o funcionamento de bares e restaurantes, barracas de praia, lojas de conveniência em postos, hotéis e pousadas, além de estender o horário de funcionamento do comércio de rua e em shoppings. O decreto também proíbe a realização de festas e eventos sociais e corporativos entre os dias 15 de dezembro de 2020 e 04 de janeiro de 2021. “O objetivo é frear a maior propagação do vírus, até que tenhamos a vacina, cuja aquisição estamos empreendendo todos os esforços para conseguir o mais rápido possível”, argumenta Camilo Santana.

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