Jornal do Cariri
Acrísio Sena não descarta rompimento da aliança PT-PDT
Ele avalia que aliança entre PT e PDT no Ceará passa por momento crítico
Foto: Divulgação
19/04/22 8:00

A aliança entre PT e PDT no Ceará passa pelo seu momento mais crítico, desde seu início em 2006. A avaliação é do deputado estadual Acrísio Sena e de outras lideranças petistas. Recentemente, o deputado federal José Guimarães, maior liderança do partido no Ceará, chegou a afirmar que se não houver acordo, coloca seu nome para a disputa ao Governo do Estado. E a tese tem sido colocada com frequência. De passagem pelo Cariri, Acrísio disse não descartar a possibilidade de rompimento entre PT e PDT este ano. “Até final de julho, muita água pode rolar debaixo dessa ponte. E pode ter surpresa. Não subestimem! O maior erro é subestimar que o PT não tenha coragem de lançar candidatura própria”, disse.

A afirmação foi durante entrevista à Rádio Plus FM Cariri, no Programa Redação Plus, na última semana. Para Acrísio, se for necessário, o PT terá coragem de lançar candidatura própria, apesar da posição majoritária do partido ser de manutenção da aliança.

Segundo Acrísio, a crise nasce da falta de diálogo entre os líderes do PDT com os petistas, que querem participar da escolha do nome para a disputa ao Governo. O deputado disse, ainda, que está aberto um cenário em que PT e PDT lancem candidaturas antagônicas para disputa. “Nós temos pesquisa que indicam que qualquer nome do PT, colado no nome do Lula, parte de 15%. Então, apontar um nome do PDT sem ouvir o PT, você não quer aliança, quer um apêndice”, afirmou.

PT quer Izolda

Sobre o nome da aliança, Acrísio disse que Camilo senador e a cabeça do PDT estão pacificados. O problema estaria porque os petistas querem ser ouvidos. “Se ofertaram quatro nomes, são nomes abertos para o diálogo. [...] O PT tem afinidade. E o sentimento majoritário tem maior afinidade com dois nomes: Izolda Cela e Evandro Leitão”. E disse mais: “O problema é que quando o PT externa em torno da professora Izolda, setores do PDT dão pulo acolá, que não pode ser isso, que o PT está interferindo”, alfinetou. Para Acrísio, o nome da Izolda é o único que aglutina para além da base. Ele lembrou que o ex-senador Eunício Oliveira disse que se o nome for Izolda, o MDB fecha aliança.

“Se todo mundo é do PDT, não podemos trabalhar com tese de veto. Acho que temos que trabalhar com tese de preferência. O PT poderia externar que tem preferência. Se tu me oferta quatro nomes, eu tenho direito de escolher, de optar, de opinar, de direcionar. É isso que o PT está querendo fazer”, observou.

Acrísio reclamou, ainda, que PT e PDT estão debatendo pela imprensa e quer que as forças políticas decidam sobre nome e projeto. “O debate entre Ciro e Lula está superado. Maturidade, no momento, é entender isso. Nós temos um projeto em curso e é importante que esse projeto continue. Mas, é importante que haja reciprocidade nessa construção”, finalizou.

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