MPE empareda candidatos que promovem aglomeração
Entre os municípios do Crajubar, Juazeiro do Norte é o mais preocupante
Órgãos de fiscalização fecham cerco para que candidatos cumpram decretos relacionados à covid-19. Foto: Divulgação
03/11/20 0:00

Uma reunião realizada entre os candidatos a prefeito de Juazeiro do Norte e membros da Justiça Eleitoral e Ministério Público do Estado (MPCE), no dia 28 de outubro, parecia ser o fim dos eventos com aglomerações no Município. Mas, neste dia 31 de outubro e 1° de novembro, os eventos voltaram a acontecer. Carreatas, caminhadas, adesivaços e bandeiraços estão entre os mais praticados e levantam questionamentos sobre o descumprimento de decretos estaduais e municipais contra a disseminação do novo coronavírus (covid-19). Entre os municípios do Crajubar, Juazeiro do Norte é o mais preocupante. 

Um trabalho conjunto entre a Polícia Federal (PF), promotoria da Saúde e órgãos da Justiça vem sendo realizado para coibir abusos na campanha de Juazeiro. O advogado Waldir Xavier chama a atenção para o fato de uma desobediência, neste caso, levar a um processo criminal contra os candidatos infratores. Para ele, desobedecer uma posição (decreto) que busca preservar a vida é atentar contra ela.

Ainda no dia 28, em coletiva de imprensa, o MPCE informou que já foram movidas ações criminais em mais de 60 municípios do Ceará, devido à promoção de atos de campanha com registros de aglomeração. Promotores demonstraram preocupação com a insistência dos candidatos em continuar realizando os eventos com aglomeração, mesmo após punições.
 
No domingo, 1º de novembro, uma carreata do prefeito Arnon Bezerra (PTB), candidato à reeleição, foi interceptada pela Polícia Militar, por desobediência ao decreto e decisão judicial. Paredões de som foram apreendidos e os carros dispersados. Os policiais cumpriram ordem do juiz eleitoral Giacumuzaccara Leite Campos. Em decisão do dia 15 de outubro, o juiz determina a “imediata suspensão e proibição” dos eventos de campanha com aglomeração e multa de R$ 50 mil a cada candidato a prefeito e a vice, em caso de desobediência, e o dobro da multa em caso de reincidência.
 
Através da sua assessoria, o Ministério Público Eleitoral (MPE), em Juazeiro do Norte, garante que tem feito sua parte com relação a tentativa de coibir os abusos promovidos pelas campanhas. Ao JC, a assessoria lembra que inexiste uma orientação da Justiça Eleitoral para coibir os atos e ressalta que não foi por falta de pedido do MPE.

*Mais informações na versão semanal do Jornal do Cariri, que está disponível para download e volta a ser impresso nesta edição.

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