Desvio de finalidade
03/11/20 0:00

A disputa em Caririaçu está tomando o rumo das denúncias. O prefeito Edmilson Leite (PDT) foi denunciado pelo ex-vereador e ex-vice-prefeito, Luizinho do Vale, por desvio de finalidade nos gastos das verbas para o combate à covid-19. A denúncia, protocolada no dia 19 na Policia Federal (PF), em Juazeiro do Norte, aponta gastos de R$ 1,1 mil das verba para aquisição de esterco de gado. A denúncia pede uma investigação federal para outros pagamentos, igualmente denunciados por desvio de finalidade. Luizinho fala em ausência de prestação contas e acusa o prefeito de fazer política com os recursos. Edmilson estaria anunciando investimentos contra a covid-19 somente em janeiro de 2021, com promessas de criação de UTIs. Elas serviriam apenas para angariar votos para sua reeleição. A denúncia merece atenção da PF.

Compra de votos

E o prefeito de Caririaçu, Edmilson Leite (PDT), tem sido cobrado pela população a explicar uma operação da Polícia Federal, no dia 19, contra a compra de votos. Apesar da PF não revelar a coligação que está sendo investigada, a oposição garante que o candidato não pertence ao seu grupo. Edmilson está calado e sofre com o desgaste. A operação realizou mandados busca e apreensão no sitio Lourenço, onde foi constatada a prática criminosa. Apesar da troca de votos por materiais de construção, não houve prisões. A expectativa é que as investigações sigam e as punições aos envolvidos sejam anunciadas em breve. A reação dos apoiadores de Edmilson é de apreensão. Nas campanhas de João Marcos, Kassyana Feitosa e Bosco Machado, o semblante é de tranquilidade.

Sem candidato

A disputa interna entre os petistas de Salitre acabou derrotando o próprio partido. O PT local, no poder hà16 anos, está sem candidato. Uma decisão da juíza eleitoral Carliete Roque Gonçalves impugnou os dois nomes em disputa. Rachado, o partido acabou com duas candidaturas a prefeito, depois da impugnação de Agenor Ribeiro. Com a saída do páreo, Agenor tentou emplacar uma chapa com o irmão, Manoel Filho Ribeiro e a esposa Eliane Batista Pereira. A decisão foi barrada pelo prefeito Rondilson Ribeiro, que anunciou a candidatura de Edicarlos Dias, então candidato a vice na chapa de Agenor. A juíza justificou a decisão afirmando que o candidato de Agenor perdeu os prazos para o pedido de candidatura e que o nome de Edicarlos está sob intervenção do Diretório Estadual. Com o PT fora, Salitre tem apenas uma candidatura, a de Dodo de Neoclides, do Pros.

Dono do poder

Na política, há quem se ache dono do poder, quando o assunto é cargo público. Mas, em Salitre, essa máxima é outra: o ex-prefeito Agenor Ribeiro tem a certeza que é o dono de Salitre. Foi impugnado pela Justiça, não aceitou a substituição feita pelo grupo - hoje liderado pelo prefeito Rondilson Ribeiro, recusando-se a apoiar Edicarlos Dias, então vice na sua chapa. Truculento, Agenor já tinha imposto sua candidatura, mesmo sabendo dos riscos de ficar de fora. Tinha medo de se enfraquecer e acabou levando o grupo ao rompimento. Segundo aliados de Rondilson, Agenor passou por cima de um acordo anterior. Além da chapa caseira, Agenor candidatou outros parentes para a Câmara. Na cidade, a avaliação é que a sede de poder de Agenor não tem limites. Sem acordo

Com mais uma candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, o ex-prefeito de Aurora, Carlos Macedo (PSB), vai continuar apostando em chapa própria. Carlos Macedo lançou a candidatura da sua mulher, Glória Maria, com o artista popular Nelinho do Repente na vice. Havia a expectativa de que Carlos Macedo analisasse a possibilidade de uma aliança com o outro candidato da oposição, Marcone Tavares (PSD), o que não aconteceu. A avaliação é que a divisão favorece ao candidato da situação, o ex-prefeito Adailton Macedo (MDB), que teve seu registro deferido no dia 29, quando o Tribunal Regional Eleitoral negou recurso contra o seu registro. Adailton era acusado de participar ativamente da gestão do prefeito Júnior Macedo, mesmo depois de ter pedido afastamento. A base de Adailton comemora a decisão a seu favor e contra Carlos Macedo.

Control C, Control V

O prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), candidato à reeleição, parece alheio às construções intelectuais. Demonstra ser mais adepto a facilidade do “control C, control V”. E foi o que ele fez com o seu projeto de governo que está sendo apresentado à Justiça e a população de Altaneira. O projeto de Dariomar é um plágio do projeto de um candidato a prefeito do Solidariedade no Espirito Santo. Os dois planos estão sendo comparados nas redes sociais e as semelhanças são inconteste. O detalhe é que o do Espirito Santo se refere a eleição de 2016. A ironia é que apoiadores de Dariomar estavam criticando e até desqualificando o plano apresentado pela candidata da oposição Ana Késia (PDT). Durante um debate entre os candidatos, no dia 25, Dariomar se limitou a dizer que Kásia não mora na cidade. Parece que esqueceu de ler o próprio projeto para apresentar propostas, mesmo que fossem plagiadas.

Enquanto isso…

… As campanhas eleitorais na região do Cariri estão sofrendo com as restrições estabelecidas pela justiça, sob a alegação de disseminação do coronavírus (covid-19). Atendendo a pedidos do Ministério Público do Estado, no dia 28, as campanhas de Barro, Aurora e Santana do Cariri foram notificadas para evitar eventos com aglomerações.

… Em Barro, os candidatos Marquinélio Tavares (PSD), George Feitosa (MDB) e Damião Epitácio (PT) estão proibidos de promover carreatas, motocarreatas, passeatas, reuniões e comícios. Candidatos e coligações não podem promover ou, sequer, induzir eventos e atos públicos de campanha. Em caso de descumprimento, a multa é de R$ 30 mil.

… Em Aurora, a decisão é bem parecida. Entre os eventos proibidos estão comícios, reuniões, carreatas, motocadas, passeatas e adesivaços. A diferença é a multa que pode chegar em R$ 50 mil e tem base no maior risco que a está exposta. Os candidatos Adailton Macedo (MDB) e Marcone Tavares (PSD) têm se mostrado mais desobedientes.

… Já em Santana do Cariri, o cenário é ainda pior. Com os casos de covid-19 aumentando, Pedro Henrique (MDB), Dr. Samuel (DEM) e Vicente Brilhante (PDT) podem ser multados em R$ 100 mil. Na mira da justiça: comícios, carreatas, caminhadas, cavalgadas e passeatas. Em todos os casos, os candidatos não precisam estar presentes para se configurar o crime.

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