O senador Cid Gomes se impressionou com a força política do deputado Júnior Mano. O seu segundo passo foi aproveitar que o PL o expulsou para trazê-lo para o PSB. No PSB, aproximou-se e fez uma proposta irrecusável: Júnior Mano dividia seus colégios para ajudar a eleger uma bancada de cinco federais e, em troca, ficaria com a vaga de Cid Gomes para o Senado. Cid desistiria de sua reeleição.
Tudo certo, se não surgissem percalços na vida parlamentar de Júnior Mano. Primeiro, uma operação da Polícia Federal no seu gabinete, sob suspeita de fraudes com recursos das emendas parlamentares. Na semana passada, outra crise, na operação Transparência, autorizada pelo ministro Flávio Dino contra a ex-assessora do ex-presidente Arthur Lira, a famosa Mariângela Fialek, a Tuca, surge um bilhete de Júnior Mano, que Flávio Dino o usou para decretar que o orçamento da União era administrado como “conta de padaria”. Essas investigações contra Júnior Mano, e outra operação por corrupção no DNOCS, que pode atingir outro aliado próximo de Cid Gomes, o deputado Robério Monteiro, geraram um alerta. Cid Gomes foi avisado que o melhor para sua vida, pessoal e política, é manter o foro. E Cid só consegue ter foro privilegiado para ser julgado apenas no Supremo Tribunal Federal(STF), tendo mandato.
Cid Gomes mudou de atitude. Na noite de terça, já participou do Natal dos deputados estaduais ao lado do governador Elmano de Freitas. E já não descarta ser ele o candidato ao Senado. Outra coincidência: nas últimas 48horas, os deputados do PSB, Sérgio Aguiar e Marcos Sobreira, elogiaram Júnior Mano, mas defenderam a candidatura de Cid Gomes senador. O próprio Júnior Mano deve ter sentido que Cid Gomes está tirando o seu tapete.