Moradores dos distritos de cidades do Cariri atingidos pelas obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) relatam problemas relacionados ao avanço do empreendimento na região – entre eles, estão poeira, poluição sonora, desmatamento, desvio no curso de riachos, poluição de mananciais, atraso nas indenizações, falta de informações e transparência por parte do governo e das construtoras. A situação será tema de uma audiência pública marcada para a próxima sexta-feira (5), às 14h, no Salão das Atos da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Crato.

“Essa obra vem trazendo vários transtornos para a comunidade, pela questão do desmatamento, do assoreamento e também da poeira. É muita poeira, que afeta a questão da respiração de idosos, crianças, pessoas especiais, de todos, da comunidade no geral”, denunciou Francisco de Assis Nicolau, agricultor e vice-presidente da Associação Comunitária dos Agricultores Familiares Sagrada Família do distrito de Baixio do Muquém, no Crato.

Essa será a quarta audiência realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa. Na desta semana, requerida pelo deputado estadual Renato Roseno (PSOL), serão discutidos os impactos das obras nas comunidades dos trechos localizados nas cidades de Crato e Barbalha.

Como apontou a professora Cristina Nobre, moradora do Baixio das Palmeiras, o CAC está provocando muitos transtornos e muitas preocupações. “Há muito desmatamento, muita poeira, muito barulho de máquinas trabalhando, inclusive fora do horário que foi combinado em reunião com a comunidade. Também há carros da empresa circulando em alta velocidade, sem respeitar o limite de velocidade da comunidade”, afirmou.