MP assume mediação entre HRC e Prefeitura de Juazeiro
Superlotação no HRC leva MP a mediar conflito entre hospital e Prefeitura
Foto: Robson Roque - Jornal do Cariri
Robson Roque
02/12/25 0:00

O Ministério Público do Ceará (MPCE) vai intermediar o conflito entre a Prefeitura de Juazeiro do Norte e o Hospital Regional do Cariri (HRC), sobre a superlotação da unidade de saúde. Uma audiência com o MPCE está marcada para o próximo dia 16, numa tentativa de conciliar posições e reduzir a sobrecarga do hospital, após divergências entre os números apresentados pelas duas instituições, sobre a origem dos pacientes internados.

A direção do HRC alega que Juazeiro é responsável por 74% da demanda atendida. Alguns dados foram antecipados para a promotora Alessandra Magda Ribeiro, em reunião realizada na última quarta-feira (26), como nome e endereço dos pacientes, para comprovar a estatística.

A Prefeitura contesta. Com base em dados da Secretaria da Saúde do Estado, a gestão municipal diz que a participação do município nas internações do HRC varia entre 52% e 54%, nos últimos cinco anos, e que “não há sobrecarga anormal provocada pelo Município”. 

A gestão destaca, ainda, que o padrão é semelhante ao de outras cidades com hospitais regionais, como Sobral e Quixeramobim. “Além disso, é importante destacar que grande parte das internações de Juazeiro no HRC é de alta complexidade, justamente o perfil para o qual o hospital é habilitado pelo Ministério da Saúde”, completa a Prefeitura.

Para o diretor do HRC, Giovanni Sampaio, Juazeiro não tem resolutividade em baixa e média complexidade, situação que pressiona o hospital. Ele cita que Crato e Barbalha “dão exemplo”, com poucos encaminhamentos ao HRC: 1.640 e 560 pacientes, respectivamente, no ano passado. Enquanto isso, Juazeiro teria enviado 25 mil.

Ainda segundo Giovanni, a superlotação afeta a implantação de residências médicas e a ampliação de serviços no HRC. Entre eles, destacam-se serviços de alta complexidade em cirurgia de tumor cerebral e de coluna, que demandam leitos de Unidade de Terapia Intensiva para recuperação dos pacientes. “Não devemos politizar. Isso é ridículo. É melhor que o MP seja um mediador”, defende. Giovanni também sugeriu que o Município compre serviços em outros hospitais.

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