Prefeitura e direção do HRC divergem sobre superlotação de leitos
Pressão no HRC reacende debate sobre hospital municipal em Juazeiro
Foto: Robson Roque - Jornal do Cariri
Robson Roque
25/11/25 15:00

A direção do Hospital Regional do Cariri (HRC) voltou a denunciar superlotação na unidade e atribuiu o problema ao grande volume de atendimentos de baixa e média complexidade vindos de Juazeiro do Norte. Segundo o diretor Giovanni Sampaio, a demanda que deveria ser absorvida pela rede municipal acaba pressionando um hospital projetado para casos de alta complexidade. “Estamos atendendo, por uma questão humanitária, aquilo que não é da nossa responsabilidade”, afirmou.

A crítica reacende um debate antigo e ganha novo peso após a mudança de postura do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), que passou a adotar tom mais duro contra o governador Elmano de Freitas (PT). Há cerca de um ano, Glêdson buscava aproximação política com o governador, mas recentemente elevou o tom, acusando o Estado de omissão. Em resposta, Giovanni divulgou números e responsabilizou o Município pela sobrecarga no HRC.

De acordo com o diretor, todos os 50 leitos de UTI estão ocupados, assim como os 10 destinados a pacientes vítimas de AVC. Ele também cita lotação nas áreas de observação clínica e cirúrgica. “Temos macas e cadeiras nos corredores, para atender pequena e média complexidade, que o Município não está fazendo e parece que não está ligando para isso”, disse.

Giovanni defende que Juazeiro contrate serviços em outros hospitais da região e reforça a necessidade de um hospital municipal. “Em vez de atacar o governador e o presidente Lula, vamos fazer uma grande união para construir um hospital municipal em Juazeiro”, propôs.

Questionada pelo Jornal do Cariri, a Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte contestou a informação de que 74% dos atendimentos do HRC seriam de juazeirenses. A pasta apresentou dados do Governo do Estado indicando que, das 7.945 internações registradas entre janeiro e agosto de 2024, 4.228 foram de moradores do município, o que equivale a 53%. A gestão municipal também destacou que, em hospitais regionais como os de Sobral e Quixeramobim, os atendimentos de moradores da cidade-sede chegam a 45% e 42%, respectivamente. A única exceção é Limoeiro do Norte, com apenas 15%.

A Secretaria detalhou, ainda, que já firmou contrato com duas empresas para reformar o Hospital Estephânia Rocha Lima, e que o próximo passo é a assinatura da ordem de serviço. A meta é transformar a unidade em um hospital geral de médio porte, com mais de 50 leitos clínicos e salas cirúrgicas. Segundo a pasta, também foi enviada, ao Ministério da Saúde, uma proposta de investimento em infraestrutura. “Estamos aguardando a análise e seguimos confiantes no impacto positivo desses investimentos”, informou.

Além disso, a gestão ressaltou possuir contratos com os hospitais São Vicente e Santo Antônio, em Barbalha, onde já foram realizadas 413 cirurgias de média complexidade. O Hospital e Maternidade São Lucas registrou outras 775 cirurgias do mesmo tipo. A secretaria conclui afirmando que a rede regional é integrada por mais de 250 leitos de UTI. “Com comunicação e eficiência na gestão da saúde regional, conseguimos garantir aprimoramento contínuo que visa dignidade e segurança aos pacientes”, diz a nota.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE PUBLICIDADE
RECOMENDADAS PARA VOCÊ
PUBLICIDADE
RECOMENDADAS PARA VOCÊ
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE