A produção de algodão no Cariri está prestes a dar um novo passo. O Senai Ceará iniciou processo de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem (DO) para o Algodão do Cariri cearense, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o produto pode se tornar a segunda D.O. do estado, com estudos que demonstram a influência do meio (solo, clima e saber-fazer local) na qualidade da fibra longa característica da produção caririense.

De acordo com Gildo Pereira, analista da Embrapa Algodão – uma das instituições parceiras que apoiam a iniciativa –, o algodão de fibra longa possui mais de 32 mm de comprimento, com característica de produzir fios mais finos e maior maciez, por isso é bastante valorizado na indústria têxtil. “Em relação às características da região do Cariri, a gente tem solos de excelentes qualidades, um regime de chuvas que propicia bastante o desenvolvimento desse tipo de fibra. Então, notamos que, ao longo do tempo, as características desse algodão, especialmente na região do Cariri, eram melhores do que em outras regiões do estado. Isso se dá muito em função do regime de chuvas e da qualidade do solo”, enfatiza.

Com isso, o reconhecimento pelo INPI deve valorizar a pluma produzida na região caririense, que poderá ter seu nome e suas características reconhecidas nacional e até internacionalmente. Gildo destaca que praticamente todos os municípios do Cariri foram colocados no zoneamento para ficarem aptos ao plantio e ao registro do produto. “A gente espera que todos os municípios da região do Cariri sejam contemplados com esse zoneamento”, completa o analista, ao dizer que o processo de reconhecimento pelo INPI é relativamente longo e que precisa de dados muito técnicos.

Retomada da produção no Ceará

Na última semana, o governador Elmano de Freitas anunciou o Programa de Retomada do Algodão do Ceará – ação do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), em parceria com a Embrapa. O programa, conforme apresentado, prevê a transferência de tecnologia e a capacitação de agricultores, técnicos e extensionistas para o cultivo de algodão em áreas aptas à produção no Ceará.