Espécie de inseto é registrada após mais de um século no Ceará
Achado ocorreu durante coletas em riachos do município de Missão Velha
Foto: Divulgação/ Urca
Joaquim Júnior
22/11/25 9:30

Ausente dos registros científicos do Ceará há mais de um século, a presença da espécie de inseto megalóptero corídalo Corydalus diasi (Corydalidae: Megaloptera) no Cariri foi registrada por pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA) durante coletas em riachos do município de Missão Velha. A redescoberta, como aponta a Urca, é particularmente relevante porque Corydalus diasi era conhecida apenas a partir do material original de sua descrição, realizada em 1915 por Longinos Navás, com base em exemplares coletados em Fortaleza e enviados pelo Sr. Dias da Rocha.

“Em homenagem ao doador do material, Navás adotou o epíteto específico diasi. Desde então, não haviam sido registrados novos exemplares confirmados da espécie. O material recentemente coletado em Missão Velha permitiu atualizar informações geográficas e ecológicas, incluindo detalhes sobre o habitat e as condições ambientais associadas à sua ocorrência”, apresentou a Urca.

Maria Dandara Cidade Martins, mestranda em Genética, Biodiversidade e Conservação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e egressa da URCA, responsável pelo registro, relatou que “encontrar Corydalus diasi novamente depois de tanto tempo foi emocionante. Além do valor científico, essa redescoberta reforça a importância de continuar explorando e estudando a biodiversidade da nossa Chapada do Araripe, que ainda guarda muitas surpresas”.

Por sua vez, o professor Carlos Eduardo R. D. Alencar, docente do Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Recursos Naturais (PPGDR-URCA) e orientador de Maria Dandara Cidade Martins, complementou: “A redescoberta não só representa um marco histórico para a espécie no Ceará, mas também evidencia que diversos grupos animais da Chapada do Araripe ainda são pouco conhecidos. Por isso, estudos de levantamento da biodiversidade são fundamentais para compreendermos a base da biodiversidade local.”

Ele destacou, ainda, que a pesquisa revisou todas as localidades conhecidas para a espécie, reunindo dados gerados pela equipe e informações provenientes de coleções científicas do Brasil e do exterior. Os resultados permitiram atualizar a distribuição geográfica de C. diasi, atualmente restrita à América do Sul, e propor sua primeira hipótese biogeográfica. O estudo, publicado na Revista Chilena de Entomología, contou ainda com a participação do egresso do curso de Ciências Biológicas da URCA, Edinardo da Silva Santos.

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