A Polícia Federal desmontou o maior escândalo financeiro da história do Brasil. O Banco Master, de Daniel Vorcaro, pode ter dado um rombo de até R$ 80 bilhões. Somente com o BRB, o golpe teria sido de R$ 20 bilhões. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, admite que repassou porque quis e sem garantias, ou sequer assinando nada, R$12 bilhões. As fraudes não param. Quem imaginaria: o BNB comprou letras financeiras no valor de R$ 20 milhões, do Master. Esse dinheiro do povo nordestino está perdido. E tem mais prejuízo: somente com estados e municípios, as compras do Master, com promessas de lucros impensáveis, geraram perdas para servidores aposentados de R$ 1,8 bilhões. E tem mais: R$ 60 bilhões, foi o montante que Master pegou com investidores, com promessas do pagamento de juros mirabolantes. Aqui, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) só ressarcirá R$ 40 bilhões. R$ 20 bilhões nunca serão devolvidos.
Nesse cenário de crise, o Banco Master, comandado pelo megalomaníaco Daniel Vorcaro, dono de 02 aviões de quase R$ 300 milhões, e de duas mansões de quase de R$ 500 milhões, em Orlando e Trancoso, na Bahia, tinha uma tropa de choque política. Seus homens fortes são os presidentes da federação União Progressista (UP), senador Ciro Nogueira, e advogado Antonio Rueda.

O temor de serem presos atingiu em cheio aos dois políticos. A reação foi imediata: Ciro Nogueira foi, nesta quarta (19), às redes sociais, e liberou a UP a fazer alianças com o PT nos estados. Essa decisão é um duro golpe nas pretensões de Ciro Gomes, de conquistar o apoio da UP a sua candidatura ao governo do Ceará.
Ciro Gomes, sem uma aliança forte, pode desistir de disputar o Abolição. Elmano teria estrada livre para se reeleger. Com Ciro, o único adversário de Elmano será o senador Eduardo Girão. E quem também ganha com esse apoio é o deputado federal Moses Rodrigues, que será um dos senadores na chapa do PT. A outra vaga é do senador Cid Gomes. Ou dele, ou de quem ele indicar. Sobram, sem lugar para concorrer a senador no palanque de Elmano, os deputados Eunício Oliveira e José Guimarães, e o presidente dos Republicanos, Chiquinho Feitosa.