O pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Ceará julga, nesta terça (11), a cassação do prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra, e de seu vice, Tarso Magno. Esse julgamento mobiliza a classe política cearense. Além de Glêdson, será julgado no mesmo dia o prefeito do Iguatu, Roberto Costa Filho, que já está perdendo, após o relator do seu caso, desembargador Wilker Macedo, ter votado favorável à cassação. Assim, os únicos prefeitos de oposição ao Abolição sentam no banco dos réus com expectativa sobre o futuro de suas administração. Mesmo que ambos sejam condenados, ainda poderão recorrer ao TSE, e aí não há data para uma definição sobre novas eleições. O prefeito Glêdson está bem otimista quanto a sua absolvição, pois o Ministério Público Eleitoral (MPE) já solicitou a anulação da decisão judicial que cassou os diplomas do prefeito e do vice. A cassação do prefeito de Juazeiro foi determinada em junho, quando Glêdson e Tarso Magno foram condenados em primeiro grau, por suposto abuso de poder político e econômico durante o período pré-eleitoral de 2024. O pedido de anulação foi apresentado após parecer da Procuradoria Regional Eleitoral Auxiliar, que favorece a continuidade do mandato do prefeito Glêdson.

Procuradoria Eleitoral não vê razões para condenação
O processo contra prefeito Glêdson Bezerra faz parte de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pela chapa derrotada nas eleições de 2024, encabeçada pelo deputado estadual Fernando Santana (PT). Glêdson e Tarso são denunciados por um suposto aumento irregular de gastos públicos com programas sociais, o que teria causado desequilíbrio na disputa eleitoral. Segundo a denúncia, o aumento dos gastos às vésperas das eleições teria sido realizado por meio da entrega de cestas básicas, óculos e próteses dentárias. Na decisão de primeira instância, o juiz da 28ª Zona Eleitoral condenou Glêdson e Tarso Magno com a perda de seus mandatos, e ainda determinou a inelegibilidade do prefeito de Juazeiro por oito anos. Além disso, a sentença impõe a realização de novas eleições no Município, por considerar que os ilícitos praticados comprometeram a legitimidade do processo eleitoral. A favor do prefeito Glêdson, a Procuradoria Geral Eleitoral (PGE) destacou que não foram apresentadas evidências claras de que os gastos extras com programas sociais - motivo que levou à cassação - tenham sido utilizados com fins eleitorais.

Glêdson diz não temer perseguição política
Preparado para o seu julgamento pelo TRE-Ceará, prefeito Glêdson manda recado ao governador Elmano: “Governo do Estado do Ceará recebe bilhões de Juazeiro do Norte de ICMS e de IPVA, ele tem que fazer alguma coisa para o Juazeiro do Norte. Simples assim”. Continua com suas críticas: “Governo quando faz alguma coisa para o Juazeiro do Norte, é muito pouco, quase nada. Então, assim, ô juazeirense, olha, vamos lá, se você ganhar dinheiro, se você for um daqueles que se beneficia do poder, parabéns, você está defendendo o seu plano de cada dia, ponto. Você ganha dinheiro para isso. Agora, se você não ganha dinheiro para isso, se você é só um cidadão comum, uma cidadã comum, não vá na onda dessas pessoas que ficam passando pano para quem não trabalha pela nossa cidade”. Glêdson desdenha das críticas que recebe por suas cobranças ao Abolição: “Aí, o prefeito fica arranjando confusão com o governador. Ora, você paga e você não recebe dinheiro, que é seu. E eu nunca fiquei calado, nem no meu primeiro dia de governo, não vou ficar até o fim. Não fico. Juazeiro do Norte tem que receber muito mais. Juazeiro precisa receber o nosso dinheiro para poder pagar o que é nosso de direito. Dos 22 milhões que foram prometidos, nós só recebemos 7, 8, está faltando ainda R$14 milhões. E o juazeirense tem que cobrar, ponto final”.

Fernando parte para atacar governo Glêdson
Não há como negar que o ambiente político em Juazeiro é de nervosismo, às vésperas do julgamento do prefeito Glêdson. Coube ao deputado Fernando Santana responder aos ataques formulados por Glêdson, em entrevista de rádio e em suas redes sociais, ao governo Elmano e também a administração Camilo. Fernando foi duro: “Desde o governador Cid, Juazeiro tem tido todo apoio do Governo do Estado do Ceará. No governo Camilo Santana, foi construído o Teleférico do Horto, Arena Romeirão, Casa da Mulher Cearense, Colégio Militar, recurso para a Alameda, recurso para a reforma da Praça Padre Cícero, que, aliás, está toda quebrada hoje na gestão do prefeito Glêdson”. Fernando prosseguiu na defesa de Camilo e Elmano: “Camilo colocou recurso para a pavimentação, muita pavimentação na época do Arnon ali, por isso que é bom ter um prefeito parceiro, que você consegue fazer as coisas com tempo mais rápido e com a parceria melhor. Mas nessa gestão do prefeito Glêdson, a gente não vê nada acontecer em Juazeiro. “E disparou contra a administração: “Infelizmente, até o Hospital Maria Amélia, que ele inaugurou, não tem nada lá dentro. Ele enganou a população. O prefeito Glêdson prometeu reformar os mercados da cidade e construir novos mercados. Até hoje, zero. Até hoje, nada. Só na enganação”.

Prefeitos do Cariri estão em alerta com operação
A informação de que uma operação policial está sendo preparada para a região do Cariri tem sido motivo de preocupação para alguns prefeitos. Apesar de estar ainda no campo da especulação, a operação já tem tirado o sono de muita gente. A operação, que estaria esperando apenas uma autorização judicial para acontecer, seria parte da investigação envolvendo o ex-prefeito de Choró, Bebeto Queiroz, acusado de organizar um esquema fraudulento nas eleições e de suposto envolvimento com o crime organizado. Esse grupo de Bebeto e aliados teria articulado a liberação de emendas parlamentares para prefeitos do Ceará, incluindo o Cariri. Prefeitos da região que receberam essas emendas garantem: os recursos foram recebidos e aplicados de forma transparente. Sem desvios. Claro, nem todos podem comprovar. Cassado e foragido, Bebeto é alvo de duas operações, a “Ad Manus”, deflagrada pelo Ministério Público em novembro, e a “Vis Occulta”, realizada pela Polícia Federal (PF) no início de dezembro do ano passado.

Presidente da Saaec quer levar briga à Justiça
Ainda não se sabe ao certo a real motivação para a exoneração do presidente da Saaec, Rildo Feitosa. Mas, as possibilidades estão bem claras. Além de abrir uma crise política com o ex-prefeito, Zé Ailton Brasil, também insatisfeito com o contrato, Rildo desobedeceu às ordens do prefeito André Barreto, ao ameaçar ir à Justiça para fazer o rompimento litigioso do contrato com a Ambiental. André queria o diálogo até que se esgotassem as possibilidades de ajuste no contrato. Queria tudo sendo feito de forma pacífica. Rildo insistia na defesa de que a Justiça seria o melhor caminho. Mas, Rildo atingiu o ápice da defesa do conflito, ao expor, erroneamente, em mensagem vazada nas redes sociais, afirmando que o ex-prefeito Zé Ailton é quem ainda manda na gestão. Conseguiu desagradar aos dois principais líderes políticos do atual projeto que governa o Crato há quase nove anos: André Barreto e Zé Ailton Brasil. A saída foi decidida em uma reunião, na sexta-feira (06), entre Rildo e André. Logo depois veio a publicação do decreto de exoneração. A tese que prevaleceu é a do prefeito André Barreto: negociar com a Ambiental, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
 
Disse me disse…
Ministro Camilo brilhou no comando da primeira etapa do ENEM. Em Belém, onde estava, o presidente Lula acompanhou tudo bem de perto. E era só elogios a competência de Camilo, que virou queridinho de Lula.
 
Aproximação do deputado federal Yury do Paredão ao prefeito do Crato, André Barreto, tem incomodado parte da base governista no município.

Sem aceitar pressões de ninguém, e focado em governar bem o Crato, prefeito André diz estar articulando recursos em Brasília, através do deputado Yury.
 
Sobre a ciumeira, prefeito André Barreto tem dado uma resposta tranquila: Yury quer encaminhar recursos à sua região e o Crato não pode recusar.

Prefeito André, porém, faz questão de ressaltar que irá cumprir todos os seus acordos eleitorais. E não é preciso destacar que sua história mostra que ele é um político de palavra.
 
No Crato, chamou a atenção o bate-boca entre a secretária de Saúde, Sheyla Martins, e a secretária executiva, Silvia Biscuccia. As duas defenderam ideias divergentes para a pasta.
 
O prefeito André Barreto reconheceu o esforço das duas, mas pediu calma nas defesas das ideias. Como consequência, pediu que Silvia passasse alguns dias em casa. O momento é de repensar.

Desculpe a ignorância, no julgamento sobre a cassação do prefeito Glêdson, qual a sua aposta sobre o resultado no TRE-Ceará?