Maus-tratos de animais desafiam gestores
O cenário é de aumento nas ocorrências de violência contra animais em 2025
Foto: Petz.com
Regy Santos
10/11/25 17:05

O abandono e maus-tratos de animais continuam sendo uma realidade em várias cidades brasileiras. No Cariri não é diferente. As gestões municipais buscam alternativas para amenizar o problema, que é crime previsto na Lei nº 9.605/1998, sujeitando os infratores a sanções penais e administrativas.

De acordo com dados do Observatório de Segurança Pública, o cenário nacional é de aumento nas ocorrências de violência contra animais em 2025. Entre janeiro e outubro deste ano, foram 496 denúncias de maus-tratos, contra 379 no mesmo período de 2024, o que representa um crescimento de 30,9%.

No Cariri, Crato e Juazeiro do Norte têm dado passos importantes em defesa da causa animal. Em Juazeiro, a Unidade de Pronto Atendimento Animal (UPA Animal) já tem sua estrutura física concluída e aguarda apenas a finalização dos trâmites administrativos para contratação da equipe técnica e aquisição dos equipamentos. A unidade deve ampliar o atendimento veterinário gratuito e fortalecer as ações de proteção aos animais. Já em Crato, a UPA Lessa está em pleno funcionamento e, até setembro deste ano, já havia realizado 70 mil atendimentos. O município também conta com o VetMóvel, que oferece atendimento veterinário gratuito a cães e gatos em bairros e distritos.

A coordenadora de Proteção Animal da Secretaria da Proteção Animal do Ceará (SEPA), Eliziane Lucena, destaca que o país ainda carece de uma política pública estruturada e voltada aos resgates de animais. “Não existe uma política pública específica. Quem mais faz esse trabalho são os protetores independentes. Esses dados mostram a necessidade de um acompanhamento contínuo das coordenadorias de bem-estar animal dos municípios, e poucas cidades possuem uma estrutura assim”, explica.

Segundo Eliziane, o abandono de animais, considerado uma forma cruel de maus-tratos, tem se tornado cada vez mais frequente. “Diariamente, acontecem casos de abandono, no mínimo dois, envolvendo pets. Também recebemos demandas de animais de grande porte, como cavalos, burros, jumentos e vacas, muitos deles deixados doentes ou feridos”, relata.

A coordenadora reforça que há estudos epidemiológicos que apontam a gravidade dessa prática e defende ações mais efetivas do poder público: “Precisamos intensificar as castrações diárias, ampliar as equipes de fiscalização, implantar a microchipagem em grandes animais e fortalecer o trabalho educativo nas escolas e demais instituições. E, claro, é essencial a atuação da Justiça para garantir que os responsáveis por maus-tratos sejam punidos”, finaliza.

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