Combate ao suicídio além do Setembro Amarelo
Serviços como CAPS e CVV contam com profissionais e apoio a quem precisa
Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
Joaquim Júnior
30/09/25 9:00

O mês de setembro chegou ao fim e, com ele, termina o Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio. O tema ainda é considerado tabu, mas deve ser debatido todos os dias do ano. Afinal, é através do diálogo e de estudos que uma prevenção verdadeiramente eficaz é possível. Por meio do apoio, vidas podem ser salvas. Equipamentos especializados, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), estão de portas abertas para atendimento, assim como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que pode ser contatado gratuitamente pelo telefone 188.

Como aponta a psicanalista Macedônia Felix, para que uma discussão saudável aconteça, ela não deve seguir ideias contraditórias, como por exemplo, empresas que praticam assédio e, durante campanha, chamam um profissional da psicologia para fazer uma palestra. “Que prevenção é essa?”, questiona, ao dizer que as críticas são também no sentido de vivermos em um sistema que obriga a maioria das pessoas à sobrevivência e depois se dizer que, se a pessoa quiser, ela consegue. “Penso que falar sobre suicídio é falar sobre a vida que conseguimos ter atualmente. Para que essa discussão não seja um tipo de obrigação a ser feita em setembro, é necessário o compromisso e a responsabilidade de cuidar das pessoas diariamente”, enfatiza.

Muito se fala que, para se ter saúde mental, é necessário ter acesso a direitos básicos, como saúde, educação, segurança etc. Sobre tal ponto, a psicanalista conta que é comum escutar no consultório o quanto a exploração, o preconceito e a expropriação de direitos adoecem psiquicamente. “Para uma mulher que vive no Cariri, por exemplo, viver sem medo é uma coisa difícil. Uma pessoa LGBTQIAP+, que é expulsa de casa, tem como não adoecer?”, relata Macedônia, ao dizer que os efeitos incluem depressão, ansiedade e a necessidade de medicação contínua para conseguir suportar a vida.

Desta forma, os sinais enviados por pessoas que passem por dificuldade são uma mensagem. “Um pedido de socorro, um apelo para que um olhar se volte para quem sofre. Então, se você convive com alguém que muda bruscamente de comportamento, ou que está triste, oferte sua escuta. Fale que ela pode contar com você. Acompanhe ela até uma análise ou psicoterapia. Faça ela saber que você se importa e que está presente”, enfatiza a psicanalista.

 “Procure uma psicanalista, uma psicóloga que você confie. Se você não puder pagar um atendimento, não guarde as palavras. Escreva, desenhe, fale com um amigo”, finaliza Macedônia, ao destacar que, como dizia Freud, as palavras têm poder de construir. “Construir possibilidades, saídas e vida”, finaliza.

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