Cariri registra 35 doações de órgãos e tecidos no 1º semestre
Na região, há captação de coração, rins, fígado, pâncreas e córneas
Foto: Cícero Dantas
Joaquim Júnior
23/09/25 9:16

Durante o mês, órgãos da saúde celebram o Setembro Verde, campanha de conscientização que aborda a importância da doação de órgãos e tecidos. Atualmente, o Cariri, representado pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) no Hospital Regional do Cariri, realiza apenas o serviço de captação de órgãos e tecidos, que são encaminhados à Fortaleza para que sejam realizados os transplantes. No ano de 2024, das 237 doações efetivas no Ceará, 50 foram no Cariri (por outro lado, houve 24 negativas de doação na região). Já entre janeiro e junho de 2025, das 103 doações efetivas no Ceará, 35 foram no Cariri (e 31 negativas de doação na região). No ano passado, a fila de espera contava com 1.625 pessoas. No primeiro semestre de 2025, a fila de espera contava com 1.674 pessoas.

Bruna Bandeira, enfermeira da OPO Cariri, explica que cada doador pode beneficiar até oito pessoas, doando dois rins, fígado, pulmão, coração, pâncreas e duas córneas; em relação aos tecidos, podem ser doados córneas, pele, tendões e músculos. Na região, há captação de coração, rins, fígado e pâncreas. Em relação aos tecidos, há captação apenas de córneas. Todos os hospitais realizam identificação de potencial doador para a efetiva doação. As doações beneficiam pessoas do Ceará e de todo o país cadastradas na fila de transplante. Tanto as ações para quem doa como para quem recebe são gratuitas, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma vez captados os órgãos e tecidos no Cariri, eles são encaminhados para a Central de Transplantes em Fortaleza para serem distribuídos junto às equipes transplantadoras. “Temos aí a promessa de voltar a realizar transplante no Cariri, que vai ser um grande ganho para a região”, contou a enfermeira, ao citar projeto que deve habilitar novamente a região caririense como um Centro Transplantador.

Para ser doador de órgãos e tecidos, Bruna cita que há necessidade de uma boa condição de saúde; não ter doenças infectocontagiosas ou graves; ter identificação e documentação garantidas; e ser representado/a legalmente por um parente de primeiro ou segundo grau. Ela relata que ainda há resistência, por parte dos familiares no que diz respeito ao sim à doação de órgãos e que, para que essas doações aumentem e o tratamento seja realmente efetivo, é preciso levar informação.

“Nós, como profissionais de saúde, estamos ali como uma ponte. A doação de órgãos sai da sociedade e volta para a sociedade. Então falar sobre o assunto, conscientizar, levar informação é o principal ponto essencial para que essas doações possam realmente ser potencializadas”, enfatiza Bruna, ao lembrar que o desejo de ser uma pessoa doadora de órgãos deve ser feito em vida aos familiares, pois é deles que parte a decisão junto à equipe de saúde. “É um processo seguro, transparente, ético e legal”, lembra.

Atuação da OPO Cariri

A Organização de Procura de Órgaos no Cariri, sediada no HRC, atua na busca de atualizar os dados junto aos hospitais, identificando potenciais doadores, pacientes de morte encefálica e óbitos de coração parado, assim como no acolhimento e com entrevista às famílias e auxílio às equipes assistentes junto à parte de diagnóstico e avaliação.

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