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Ceará quer reconquistar protagonismo na produção de algodão
O estado do Ceará já foi o maior produtor de algodão do Brasil
Foto: Helene Santos - Casa Civil
Joaquim Júnior
16/09/25 8:30

Décadas atrás, a região do Cariri foi uma das responsáveis em contribuir para que o estado do Ceará mantivesse o posto de maior produtor de algodão no Brasil. Contudo, ao longo do tempo, o cenário mudou e, hoje, o estado busca reverter a situação e voltar a ser um dos maiores produtores do famoso “ouro branco”. Para atingir o protagonismo de outrora, a lei que cria o Programa Estadual de Fortalecimento e Revitalização da Cotonicultura, proposta pelo Executivo Estadual e aprovada na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), foi sancionada pelo governador Elmano de Freitas.

Gildo Pereira de Araújo, analista da Embrapa Algodão, conta que, atualmente, o Cultivo do algodão na região do Cariri está concentrado nos municípios de Missão Velha, Brejo Santo, Abaiara, Mauriti, Milagres e Porteiras. A área de cultivo do algodão do Cariri oscila entre 500 e 800 hectares e, neste ano, a área plantada foi em torno de 550 hectares. Apesar da irregularidade no período das chuvas, as expectativas são de boa produtividade.

“No passado, na década de 80, só o Ceará plantava o equivalente ao que o Brasil inteiro planta hoje. Hoje, se o Brasil planta 1,3 milhão de hectares, essa mesma quantidade somente o estado do Ceará plantava na década de 80”, relata o analista, vários motivos levaram a essa quase inexistência de plantio vivida hoje: o alto preço do algodão, o desmantelamento das usinas e a chegada do bicudo-do-algodoeiro, insetor com potencial de dano à cultura do algodão.

À medida que os anos passam, os agricultores retomam o sistema de produção, de cultivo. “Hoje são em torno de 12 produtores. Alguns plantam áreas um pouco menores, de dois, três, cinco hectares, mas tem produtor que planta 200 hectares”, relata, ao citar que os estudos e as pesquisas foram se intensificando e surgiram práticas de convivência com o bicudo e métodos de controle que permitem ter essa retomada do plantio, desde que atendendo orientações técnicas. “É uma atividade que, por todas essas questões históricas e ligações que temos com o algodão, por ter sido um motor da nossa economia no passado, vejo com muito otimismo que o algodão deve voltar com bastante força nos próximos anos e se tornar novamente protagonista da economia no estado”, completa.

O lançamento do novo programa voltado à cotonicultura, conforme explica Gildo, complementa os já existentes que atuam no estado em prol do crescimento gradativo da cultura do algodão. “A Empraba faz parte dele”, enfatiza, ao dizer que a entidade contribui com ideias, treinamentos, cursos, palestras, etc. “Nós vemos com bastante otimismo tudo isso, entendendo de toda complexidade que é a cadeia produtiva do algodão, entendendo que é preciso que todos os elos da cadeia trabalhem juntos para essa retomada”, afirma, mencionando que produtores, instituições públicas e privadas, assim como a parte têxtil da indústria, que é quem compra o produto final, serão contemplados nas iniciativas.

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