A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe completou 28 anos de criação na última semana, sendo a unidade de conservação ambiental mais populosa do Ceará, com mais de 133 mil habitantes. Apesar de sua grandiosidade, o instrumento ainda enfrenta desafios para sua manutenção e preservação.

A área é rica em conservação da caatinga e da biodiversidade paleontológica, possuindo 972.605,18 hectares de espaço preservado e abrangendo parte dos territórios do Ceará, Piauí e Pernambuco. Além disso, o espaço também contribui para a proteção de nascentes e aquíferos que alimentam bacias hidrográficas e regulação do clima.

Apesar da sua importância, o local é alvo constante de ataques. Em 2024, a APA apareceu como a 3ª unidade de conservação com maior área desmatada do Brasil, segundo dados do relatório anual do MapBiomas. Apenas neste ano, a região perdeu mais de 5 mil hectares de vegetação. “A extensão territorial da APA e a multiplicidade de municípios envolvidos tornam a fiscalização complexa”, explica o coordenador geral do ICMBio, Carlos Augusto.

Avanços

A Chapada do Araripe tornou-se uma unidade de conservação federal de uso sustentável em 1997, e desde então luta para que avanços nocivos, como o do agronegócio, sejam superados. Um dos marcos de desenvolvimento foi a criação do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que atua em procedimentos de fiscalização e educação ambiental.

Outro progresso significativo foi o contínuo mapeamento de áreas prioritárias para a conservação, além da produção de estudos técnicos sobre a biodiversidade e a elaboração do Plano de Manejo, que estabelecerá diretrizes para uso e ocupação do território, buscando tornar compatível o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental.