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Região registrou mais de 11 mil queimadas e incêndios em 2024
Acopiara, Araripe e Mauriti lideram focos de incêndio no Cariri
Foto: ICMBio Araripe
Joaquim Júnior
29/07/25 8:30

De quase 82 mil focos de calor detectados no Ceará durante o ano de 2024, 11.161 foram registrados na Área Integrada de Segurança (AIS) 19, onde estão localizados municípios do Cariri. A AIS 19 é a terceira com maior número de incêndios e queimadas. Na região, os municípios de Acopiara, Araripe e Mauriti ocupam o ranking dos três caririenses com maior número de registros, com 1658, 1193 e 1130 registros, respectivamente. Os números estão presente no Anuário de Focos de Calor da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Como apresenta o documento, a Unidade de Conservação da Chapada do Araripe foi a quarta UC Federal no Ceará com o maior número focos de calor no ano passado, com 3.632 registros. Como avalia Carlos Augusto, chefe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Araripe, o número preocupa. “Isso indica um aumento da pressão sobre o território, especialmente em áreas de transição entre zonas de uso mais restritivo (como a Floresta Nacional do Araripe) e aquelas com ocupação antrópica permitida (como a APA da Chapada do Araripe)”, explica.

De acordo com Carlos, os dados apontam que a ação humana segue como a principal causa das queimadas, especialmente por meio do uso do fogo para limpeza de terrenos, agricultura e renovação de pastagens. Ele destaca, inclusive, que o anuário indica que esses eventos ocorrem com maior intensidade nos meses mais secos (de setembro a dezembro), período em que a vegetação seca se torna combustível altamente inflamável.

Combate aos incêndios

Para contribuir no combate às queimadas, o chefe do ICMBio Araripe cita que a população pode contribuir de diversas formas: evitar o uso do fogo como prática de manejo, optando por alternativas sustentáveis; não realizar queimadas em períodos de estiagem ou em dias de vento forte; comunicar imediatamente os órgãos responsáveis ao identificar focos de fogo; e participar de ações educativas e brigadas comunitárias. “Além disso, é fundamental que a sociedade compreenda que mesmo pequenas queimadas não autorizadas podem sair do controle e causar grandes incêndios florestais”, alerta.

Atualmente, o  ICMBio atua em várias frentes integradas, como prevenção e educação ambiental,  com campanhas educativas nas comunidades rurais e ações integradas com escolas, agricultores, ONGs e conselhos gestores das Unidades de Conservação; monitoramento e fiscalização, em que são utilizados sistemas de detecção por satélite (como os dados do INPE e da Funceme), além de rondas de campo, vistorias e parcerias com instituições, como o Batalhação de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) e municípios; brigadas de combate a incêndios, já que o ICMBio conta com brigadas especializadas contratadas e estruturadas anualmente para atuação preventiva e emergencial na Floresta Nacional do Araripe.

Carlos ainda aponta que, no ano de 2024, essas brigadas atuaram diretamente nos incêndios registrados na UC, com apoio do Corpo de Bombeiros do Ceará, do Cioaper, da Brigada Municipal do Crato e suporte técnico do INPE e da Funceme. “O combate a incêndios é feito de forma integrada com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Ceará, Defesa Civil Estadual, prefeituras e a sociedade civil, visando reforçar a governança ambiental do território”, conclui.

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