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Glêdson e Tarso têm mandatos cassados em 1ª instância
Eles irão recorrer no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE)
Foto: Foto: Thiago Sousa - Assessoria
Robson Roque
01/07/25 0:00

O juiz eleitoral de Juazeiro do Norte, Gustavo Henrique Cavalcante, cassou os mandatos do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) e do vice Tarso Magno (PP). A decisão, proferida em primeira instância na tarde desta segunda-feira (30), cabe recurso, de modo que prefeito e vice permanecem nos cargos. Na sexta-feira (27), por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) havia rejeitado outro pedido de cassação de Glêdson e Tasso.

As duas ações foram movidas pela chapa concorrente, encabeçada pelo então candidato Fernando Santana (PT). Os gestores são acusados de abuso de poder político durante a campanha eleitoral de 2024, em que Glêdson se tornou o primeiro prefeito reeleito de Juazeiro. Na Justiça local, o juiz declarou que a máquina pública do Município foi deliberadamente usada para beneficiar a reeleição.

“As evidências documentais demonstram um incremento injustificado em programas sociais municipais concentrados em 2024, especialmente nos dois meses pré-eleitorais, sem demonstração de observância, por parte da gestão municipal, das cautelas necessárias para não incidir em abuso de poder político”, afirma o magistrado.

Entre os benefícios sociais, estão doações de óculos, lentes, aparelhos auditivos e cestas básicas. Além disso, a chapa composta por Glêdson e Tarso foi acusada de não prestar contas de uma aeronave alugada para o prefeito participar de um debate eleitoral em Fortaleza, devido ao atraso de voo comercial. Um dos sócios da empresa que alugou a aeronave foi ouvido como testemunha, declarando que o pagamento, entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, foi efetuado posteriormente.

Na avaliação do juiz, ficou “sobejamente comprovada (...) a utilização da máquina pública, assim como de recursos financeiros públicos, a favor das candidaturas dos investigados, promovendo desequilíbrio no pleito e influenciado no resultado das urnas em 2024”.

Em nota oficial, Glêdson disse ter recebido com tristeza e seriedade a decisão proferida pela Justiça Eleitoral de Juazeiro do Norte, e que recorrerá da decisão em segunda instância. “Neste momento, seguimos no exercício pleno de nossos mandatos, tanto eu quanto o vice-prefeito Tarso Magno, com a consciência tranquila de quem sempre atuou com seriedade, responsabilidade e absoluto respeito à legalidade. Acreditamos na Justiça e manteremos nosso trabalho em prol da cidade de Juazeiro do Norte, com a certeza de que não temos nada a temer. Seguiremos firmes, ao lado da população, dedicando nossos esforços para honrar a confiança que nos foi depositada nas urnas”, afirmou Glêdson Bezerra.

Prefeito critica oposição

Ainda na sexta-feira (27), Glêdson reagiu às tentativas de cassação movidas pela oposição. “Eu me mantive muito calado em respeito à Justiça, mas chegou o momento. O que vencemos foi nas urnas. Se um dia a população achar que eu não mereço mais o voto de confiança, que tire a gente nas urnas. Mas no tapetão, dessa forma como os nossos opositores trabalham, não”, argumentou.

O prefeito também fez duras críticas à classe política local. “A classe política de Juazeiro do Norte ainda vai suar muito para poder melhorar. É muito ruim, muito fraca, muito covarde e não ajuda o desenvolvimento dessa cidade em hipótese nenhuma. Mas enquanto eles fazem esse tipo de trabalho, de tentar ganhar no tapetão, vamos continuar trabalhando e oferecendo o que temos de melhor para a população e confiando na Justiça”, disparou.

Julgamentos

Dois prefeitos caririenses ainda esperam decisões da Justiça Eleitoral. Os prefeitos de Abaiara, Professor Angim (PT), e de Barbalha, Guilherme Saraiva (PT), aguardam julgamento de recursos, depois de condenações em primeira instância, em Ações de Investigações Judiciais Eleitorais (AIJE), movidas por chapas opositoras, durante a disputa eleitoral de 2024.

No caso do Professor Angim, a denúncia é de compra de votos. A defesa do prefeito mantém o argumento de que não há prova concreta da sua participação nos eventos que motivaram a denúncia. Já contra Guilherme Saraiva, é citada a distribuição de lotes do programa habitacional “Meu Pedaço de Chão”, além da concessão de benefícios a servidores. A defesa alega que as medidas já faziam parte de iniciativas anteriores da gestão. (Colaborou Madson Vagner)

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